“Uma história com começo, meio e fim” – é assim que o paulistano Garbo apresenta seu primeiro disco, Cristal, que reúne músicas trabalhadas por anos e lançadas ao longo dos últimos meses, tudo feito naquele do it yourself de mil ideias na cabeça e um computador no quarto.
Com isso, Gabriel Soares (o nome verdadeiro do artista, de 18 anos) mistura a estética Lo-fi a versos cantados em português. Não é difícil sacar “James Blake, Chromatics, Grimes e até Lana Del Rey”, referências que ele cita para o trabalho, enquanto ouvimos as sete faixas do EP, todas ambientadas em um universo etéreo, obscuro e melancólico.
Essa sonoridade denota a ironia do nome Garbo (palavra que o dicionário explica como “1. Elegância e boas maneiras; 2. Porte e presença imponentes; 3. Qualidade do que é feito com perfeição e primor), já que sua interpretação é muito mais delicada do que imponente, assim como o Lo-fi vai de encontro ao senso comum do que “perfeição” significa em termos de gravação.
O que ficam, porém, é o sentimentalismo e o bom gosto com que Garbo trabalha suas composições. Sem dúvidas, um novo nome para prestarmos atenção.