Ouça: King Gizzard & The Lizard Wizard

Coletivo australiano mistura música Punk com a mais pura Psicodelia

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Em 2011, bandas como Wavves e Best Coast reacenderam a tocha da Surf Music, no que foi chamado na época de Beach Punk. Ao mesmo tempo, a cena de Garage Rock californiana começava a ganhar força no undergroud com nomes como Ty Segall, White Fence e Thee Oh Sees sendo seus maiores expoentes e, na Austrália, a famigerada cidade de Perth começava a atrair a atenção do mundo todo por conta de bandas como Mink Mussel Creek, Pond, Tame Impala. O que King Gizzard & The Lizard Wizard tem a ver com isso? Bom, ela estava bem no olho desse furacão e nasceu com uma proposta que buscava em que cada uma dessas cenas elementos para sua música.

Tamanho pluralismo vem também de sua formação. São ao todo sete membros e o que poderia ser inpensável para uma banda garageira – no caso ter tantos músicos e instrumentos -, surtiu um efeito inesperado e realmente muito bom. Desde 2011, o grupo lançou bastante coisa e, com uma olhar não muito atento pelo Bandcamp da banda, é possível notar uma boa quantidade de lançamentos – o que possibilita a quem gostou do seu som mergulhar nesses lançametos e perceber as nuances de cada obra. Para mostrar a evolução do grupo, que tal começarmos nossa experiência com o primeiro EP do grupo?

Lançado em 2011, Willoughby’s Beach EP traduz muito bem o espirito da banda em seus primórdios e revela o resultado dessa fusão de sonoridades californianas e australianas. O coletivo de Melbourne mostra nesta obra grande afinidade com essas sonoridades (Surf Music, Garage Rock e Rock Psicodélico) e consegue formar uma boa mistura com esses elementos, se tornando dançante, divertido, lisérgico, sujo e abrasivo – tudo isso ao mesmo tempo.

Já em 2012, o grupo lançou seu primeiro disco, 12 Bar Bruise. A obra é bastante carregada na psicodelia, tendo o Surf Rock e Garage Rock como seus catalisadores. Esses estilos comandam grande parte das faixas, ora aparecendo separadamente, ora se fundindo e criando músicas incríveis, como Garage Liddiard. Rápido, com ótimas melodias, dinânico, divertido, o álbum foi ótimo sucessor para o EP e um belo ponta-pé inicial para a banda nos discos de longa duração.

Depois de algumas experimentações com singles e EPs, o septeto embarcou em uma viagem ainda mais psicodélica com Float Along – Fill Your Lungs e Oddments, discos/EPs que, cada um à sua maneira, trabalham o estilo em duas direções temporais simultâneas, buscando no seu passado a base para crescer (ecos de The Beatles, Pink Floyd e Jefferson Airplane podem ser sentidos), ao mesmo tempo que novos expoentes do gênero gênero também servem como referência (Olivia Tremor Control, of Montreal, Tame Impala). Com um nível de lisergia elevado, essas duas obras apresentam talvez a fase mais alucionógena da banda.

Se com o tempo o Surf foi lentamente retirado da sonoridade da banda, para seu novo álbum, I’m In Your Mind Fuzz (a ser lançado em 31 de outubro), os moldes garageiros da banda estão de volta e bem potentes – aliados à psicodelia, é claro. Com muito do atual som da cena californiana em seu mais novo single Cellophane, não demorou para que John Dwyer (líder de Thee Oh Sees) e sua Castle Face Records convidassem o grupo a íntegrar o catálogo do selo. Agora só resta esperar e ver o que o septeto australiano vai aprontar em seu vindouro lançamento.

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Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts