“Wonky Pop” ou em uma tradução livre “Pop Esquisito”. É assim que o quarteto londrino Landshapes (antigamente conhecido como Lulu & The Lampshades) tenta definir sua sonoridade hibridada entre o Pop, Folk, Psicodelia e, é claro, as tais esquisitices que a banda clama para si. Bom, se você não conhece a banda (seja com qualquer um dos dois nomes) você certamente deve ter ouvido esse hit no YouTube, ou pelo menos umas das inúmeras versões que saíram após o vídeo viralizar no final de 2012.
Por mais que a faixa seja divertida e consiga passar muito das excentricidades do grupo, ele nem de longe mostra o que de melhor a banda tem a oferecer. Ainda assim foi um grande impulso na carreira do quarteto que na verdade já existia desde 2010. Mas esse viral não só aumentou o número de fãs, como também a vontade destes londrinos de experimentar com mais coisas. O resultado disso foi perceptível no novo rumo sonoro e também na mudança nome.
Esse amadurecimento levou banda a uma sonoridade melhor trabalhada e referências ainda mais esparsas, sem nunca perder o Pop de vista, é claro. Esse é o tipo de música experimental o suficiente para ser considerado novo, mas fácil o suficiente para não assustar os ouvintes com tanta informação ao mesmo tempo. In Limbo, single que recentemente ganhou um clipe, pode ilustrar muito bem isso com sua melodia pulsante e, por mais paradoxal que pareça, suas constantes mudanças ao decorrer da faixa.
A ideia de agregar diversos elementos e instrumentos à musicalidade do quarteto é também muito bem aproveitada em seus shows. Muitos instrumentos de percussão, xilofones, máquinas de escrever e objetos como copos de plástico e latas de chá são usados nas apresentações ao vivo (além é claro do mais usais, como baixo, guitarra e violão). O que só aumenta a impressão do espectador de estar vendo um espetáculo único.
Mas todo esse experimentalismo Pop (que já foi amplamente comparado com o que as garotas do Stealing Sheep fazem) foi posto a prova no primeiro disco do quarteto. Nomeado como Rambutan, lançado pela Bella Union há algumas semanas, o álbum prova se consistente e, dentro dessa proposta quase freak, ser muito coeso. Certamente uma das melhores estreias do ano.
