Se nos anos 80 o termo World Music foi cunhado para descrever um estilo que viajava entre tantos outros e recolhia dos mais variados cantos do mundo sons para dar forma à sua música, hoje em dia essa é uma pratica muito difundida entre novas bandas. Ou seja, o termo ficou obseleto e o que era descrito como tal na época, hoje em dia se tornou comum. Porém, ainda hoje há também bandas que desafiam a cabeça de qualquer um quando o assunto é descrevê-las usando estilos: Goat e Melt Yourself Down são algumas dessas que tem em comum o som quase indescritível por gêneros.
Nesse mesmo caminho surge o Mamarrazi, banda do Brooklyn que se define como “Afro Gipsy Funk”. Faz sentido, mas ainda assim ficam de fora Jazz, Hip Hop, R&B e outros tantos estilos que a banda encapsula em música. Algo como “Post-World Music” seria ideal para tentar ao menos chegar perto do que seus oito integrantes conseguem fazer.
Outro ingrediente, principalmente nos shows e em faixas cantadas, é o bom humor. Assista o clipe de Gangster, single do primeiro disco do grupo, e vai notar isso.
A banda existe desde 2008 (ano em que lançou seu primeiro EP) e em seus primeiros anos o Afro, Jazz e Funk eram os principais ingredientes de sua musicalidade. Com o tempo vários outros foram sendo incrementados na receita que culminou no primeiro disco do grupo: Bewilderness, lançado em 2010.
Com uma sonoridade bem comportada, se comparada a do segundo álbum, Stalliana, este primeiro trabalho trazia bastante da essência da banda e mostrava a vontade de basicamente pegar tudo o que os integrantes gostavam, jogar tudo em um liquidificador e ver no que dava. Ainda que bem cru e com uma produção não tão boa, esse disco apontava para uma boa direção, que foi seguida no segundo álbum.
*Stalliana (2013) por sua vez trazia todo aquele potencial agora melhor explorado. São oito faixas completamente diferentes uma da outra, mas que ainda assim fazem sentido como um disco. Divertido do começo ao fim, o disco surpreende por trazer tantos ritmos e estilos juntos.
