Ouça: Romero Ferro

Artista pernambucano reúne grande diversidade em seu álbum de estreia

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A capa de Arsênico (2016) mostra o pernambucano Romero Ferro com a estética que o cerca impressa em sua pele – uma sensação que fica também ao ouvirmos seu som.

Não é difícil arriscar que ele cresceu em contato direto com aquela MPB bastante difundida pela grande mídia, um som Pop que sabe brincar com a métrica e com a sonoridade do nosso português. Arsênico apresenta esse estilo em par com as tendências do resgate aos anos 1980 na música e dos efeitos mais sujos, principalmente na guitarra.

Isso aproxima Romero de vários outros de seus contemporâneos, em uma esfera bastante larga da música dita “alternativa” feita por aqui – seja Mahmundi e MASM, por exemplo, nessa questão oitentista, uma questão regional misturada a tendências da Eletrônica (como Jaloo faz), o vocal em primeiro plano que é tão característico de tantos nomes (de Carne Doce ao que Silva tem feito ultimamente) e as guitarras sujas sem comprometer o teor popular, nem suas caraterísticas mais brasileiras (sendo Dônica, talvez, o melhor exemplo disso).

Dá para perceber uma maturidade, uma segurança muito maior nas decisões que envolvem suas músicas, quando comparamos o álbum com o EP Sangue e Som, de 2013. Voltando ao assunto da capa, é notável também o quanto ele tem feito escolhas mais contemporâneas para tudo o que envolve a visualidade da sua música, o que acaba também facilitando o convite a ouvir seu som. Vale experimentar.

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ARTISTA: Romero Ferro
MARCADORES: Ouça

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.