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Banda carioca traz nova perspectiva à união entre Post-Rock e Math Rock

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Uma daquelas perguntas triviais sobre o como surgiu o nome da banda rendeu uma resposta no mínimo inusitada pelo quarteto carioca Salvage. Em uma entrevista ao site altnewspapper.com, o guitarrista Herbert Santana disse: “Eu seguia no Instagram uma empresa chamada Salvage Custom, que produzia pedalboards de luxo. Como o inglês não é meu forte e lia como “sauvagi” e que soava entre “saudade” e “selvagem”, e que era justamente essas sensações que eu queria provocar nas músicas. No primeiro ensaio, eu cheguei com essa opção de nome e todo mundo curtiu”.

Misto da “saudade” e da “selvageria”, a música do grupo é sim capaz de inspirar esses sentimentos no ouvinte, que é pego por desdobramentos de uma mistura potente e interessante entre o Post-Rock e o Math Rock. Sem vocais, o quarteto usa somente os sons dos instrumentos para evocar sensações de nostalgia e introspecção, ao mesmo tempo que ebule também aqueles sentimentos guardados no fundo peito.

Apesar de lançar só agora seu EP de estreia, MΔE, o grupo já trabalha nele desde 2014. Os dois anos subsequentes veriam a banda trocar de membros e finalmente terminar o trabalho, que na época tinha quatro músicas, mas acabou sendo finalizado somente com três delas (e uma pequena introdução).

“O motivo do nome MΔE veio do fato que todas as músicas, diretamente ou não, têm um pouco da minha mãe ali”, explica Herbet”, “sem falar que todos nos temos esse sentimento com o EP, de mãe e filho”. Mas não são só as mães as homenageadas no compacto, a banda Pele, de Chris Rosenau, é não só citada com uma das grandes influências do grupo, como também tem seu nome como título de uma das músicas da obra. Bandas como toe, The Mars Volta e Linda Martini também são citadas como influências, mas são sentidas de forma mais ou menos discretas nas composições.

“Quando tive a ideia de montar uma banda nessa linha (toe foi o grande culpado por isso), não sabia no que ia dar. Nunca tinha feito nada parecido antes. Hoje, temos um EP lançado pela Bichano Records e recebendo um carinho danado de muita gente que nunca vimos na vida. Se a pergunta fosse só pra mim, responderia: quero continuar tocando com esses caras que gosto tanto, e continuar essa troca com as pessoas. É um momento muito feliz pra gente, sem dúvida”, pondera Herbert sobre o presente e o futuro do grupo, que tem bastante potencial para se juntar ao alto escalão da música instrumental brasileira.

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ARTISTA: Salvage
MARCADORES: Ouça

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts