Resenhas

††† (Crosses) – ††† (Crosses)

Novo projeto de Chino Moreno, do Deftones, se apresenta monótono e repetitivo

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Ano: 2014
Selo: Sumerian Records
# Faixas: 15
Estilos: Trip Hop, Industrial, Dream Pop
Duração: 1:06:16
Nota: 2.0

Muitas vezes, os artistas buscam sair de sua zona de conforto e buscar novos ares para suas composições. Criam novos projetos, se reinventam em sonoridade e buscam uma nova identidade. Algumas vezes, isso rende bons frutos, às vezes tão bem sucedidos quanto seu projeto principal. Outras, tal aventura não sai tão bem quanto o planejado. E este é o caso de ††† (Crosses).

Encabeçado por Chino Moreno, do Deftones, Crosses surgiu para ser, como dito por Moreno, um projeto onde o mesmo iria se envolver com uma musicalidade mais branda do que a de sua banda de Nu Metal, trazendo músicas mais calmas e introspectivas, feito as que, segundo o músico, costuma ouvir em seus momentos de relax.

A ideia em si é válida, e até temos algumas – duas ou três – faixas no homônimo disco de estreia e que já sentíamos o gostinho nos dois EPs lançados em 2011 e 2012, visto que ††† (Crosses) é praticamente uma compilação destes dois compactos – sendo dez de suas quinze faixas composições previamente lançadas nesses dois discos de menor duração. Porém, a execução de tal ideia se mostrou frustrada.

Apresentando uma mistura de Trip Hop, Industrial e Dream Pop com letras meio vagas, que dizem exaustivamente sobre estar com uma pessoa, estar dentro de seus sonhos e vagar pelo universo entre luas e outros elementos simbolistas, o resultado geral é de um disco tanto tematicamente quanto instrumentalmente repetitivo e cansativo. Com poucas faixas que possam ser tidas como interessantes, como Bermuda Locke† – uma das melhores produzidas e com um refrão bem formulado- , Op†ion – uma das mais “pesadas”, junto com Prurien†, com mais cara de “Rock”, digamos assim – o álbum se arrasta por sua longa duração de pouco mais de uma hora e acaba não envolvendo o ouvinte, e pior, podendo inclusive o desagradar durante a audição completa da obra.

Desse modo, o que podemos notar é que Crosses acabou não vingando como um projeto atrativo para os ouvidos. No máximo, os EPs, que possuem uma duração mais aceitável, por volta de 20 minutos, podem ser de fácil digestão, mas mesmo assim, serão 20 minutos de uma repetição não envolvente, e isso só se torna pior ao ouvirmos o LP com mais de 60 minutos.

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Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).