Resenhas

A Sunny Day In Glasgow – Sea When Absent

Gravado à distância, disco ironicamente soa equilibrado e talvez represente melhor momento do grupo

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Ano: 2014
Selo: Lefse Records
# Faixas: 11
Estilos: Shoegaze, Dream Pop, Twee Pop
Duração: 47:00
Nota: 3.5
Produção: Jeff Zeigler

Quem o conhece sabe que, apesar do nome, este grupo não é de Glasgow. Entretanto, nunca fez feio para o que o pessoal ali da região britânca que praticamente foi percussora do estilo que mistura fuzz, reverb, toques intimistas e alguns outros doces e inocentes.

Em Sea When Absent – seu quarto disco de estúdio – A Sunny Day In Glasgow repete a fórmula Twee Pop, Dream Pop e Shoegaze com boa execução e, principalmente, sem soar um cansativo fuzz sem fim durante a duração do disco, que acaba sendo uma falha de alguns artistas que se aventuram pelo estilo.

O sexteto da Filadélfia consegue trazer desde o drive mais bruto na introdução da primeira faixa – Bye Bye, Big Ocean (The End) – que funciona como uma boa “primeira marcha” para o início do álbum, sendo que logo depois se administra a levar com boas regulagens de fuzz, como também em momento mais delicados e fofos como na presença de vocais mais agudos pela metade de In Love With Useless (The Timeless Geometry in the Tradition of Passing) – que logo ganha um presente grave em seu final – e o refrão bobinho e gostoso de MTLOV (Minor Keys) mostrando equilíbrio e uma certa preocupação em não tornar as canções ou muito adocicadas ou então tediosas.

Entretanto, curiosamente e ironicamente, apesar desse bom equilíbrio entre a composições, tais foram compostas e gravadas à distância, com os membros cada um em um canto do país durante o processo de criação do disco. Assim sendo, o que poderia se tornar um caos acabou se tornando talvez o melhor álbum do grupo. Mais coeso, dinâmico e equilibrado tanto instrumentalmente com melhores dosagens e uso consciente de efeitos dos pedais, quanto em melodias mais Pops, que parecem ter soando ainda mais natural pela banda, e assim resulta em um disco de agradável audição e um bom ponto de início para quem ainda não tem contato com a banda ou com o estilo levemente ruidoso e delicado que muitos gigantes já fizeram bem, e que agora se vê na vez dos “novatos”, (aqui entre aspas para A Sunny Day In Glasgow) que neste caso vem se saindo bem e aqui, talvez, em seu melhor momento.

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Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).