Resenhas

Aan – Dada Distractions

Dada Distractions é um álbum feito de pedaços quebrados, colados de volta no lugar

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Ano: 2016
Selo: Party Damage
# Faixas: 9
Estilos: Indie, Garage Rock
Duração: 41
Nota: 3.5
Produção: Riley Geare, Aan

Muita coisa mudou em Aan desde sua estreia Amor Ad Nauseum. Em um período de dois anos, a banda de Portland liderada por Bud Wilson dissolveu-se completamente para, então, renascer com o seu segundo álbum, intitulado Dada Distractions.

Tal renascimento vivido pelo projeto, no entanto, é apenas um reflexo das transformações marcantes ocorridas na vida pessoal de Wilson. Nesse ínterim, além de terminar um relacionamento de seis anos, o músico viu falecer dois de seus amigos próximos, e também seu pai. Não bastasse, seus companheiros de banda mudaram-se para outras cidades. Nesse cenário, o artista fez aquilo que lhe dá força: compôs. Dada Distractions é um álbum feito de pedaços quebrados, colocados de volta no lugar.

Por isso, a sonoridade do trabalho é feita de diversas referências, empilhadas à sua maneira na tentativa de criar uma assinatura própria. Temos a angústia (vista principalmente nas letras e no modo de cantá-las) vinda do Emo, os arranjos entrecortados do Math Rock, a sujeira do Garage Rock, e um modo intrincado de pensar a música típica do Indie contemporâneo vindo de bandas como Kins. Tudo isso gravado ao vivo, com a ajuda do produtor Riley Geare (Unknown Mortal Orchestra), uma estratégia que atua como um ligamento, dando calor ao trabalho.

Dada Distractions oscila de momentos mais raivosos para outros mais contemplativos, de letras genéricas para outras mais explícitas, mas figura na discografia da banda até agora como um bloco sólido, temperado pela energia do Rock.

(Dada Distractions em uma música: Hollywood Buyout)

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BOM PARA QUEM OUVE: Kins, Ty Segall, The Mars Volta
ARTISTA: Aan
MARCADORES: Garage Rock, Indie

Autor:

é músico e escreve sobre arte