“Living is the hardest part/That’s what we’ve always said/Once upon the other side /Is best not to look back/That’s what we say about farewell” é como Alela Diane encerra a faixa que dá nome a seu quarto álbum, About Farewell. Como o título sugere, se trata de um disco com uma temática de despedida e o que isso carrega antes, durante e depois do adeus.
Com isso, já dá pra imaginar o volume da melancolia presente nas faixas da obra, e ela vem acompanhada de melodias sinceras em uma belíssima interpretação da artista, que vai do Folk refinado (como em I Thought I Knew) àquela sonoridade meio Pop, meio Rock e muito sincera (e que ganha arranjos de sopro em The Way We Fall).
Quem brilha mesmo, contudo, é o vocal de Alela. Dá pra ver que ela sabe trilhar seu caminho pelo terreno pavimentado por nomes como Joni Mitchell e seguido por outras mulheres fortes o suficiente para não terem medo de serem sensíveis, como PJ Harvey e Fiona Apple. Mas ela traz ainda uma voz daquelas que você tem vontade de pedir para a pessoa não parar de cantar, nem importando a música.
Ainda assim, suas composições seguem também um bom padrão de qualidade, com uma personalidade forte que respeita a delicadeza do tema. Algumas, como Hazel Street e Lost Land, se destacam ainda mais que as outras, porém o álbum como um todo apresenta forte unidade.
E há ainda a possibilidade de você ter acabado de encontrar nele identificação suficiente pra aguentar um recente fim de relacionamento – ou, se percebeu que sua vida parece estar te levando para este destino, já pode deixá-lo separado com uma boa garrafa de vinho e uma caixa de lenços de papel. Pode ter certeza que ele cairá muito bem.
E é aí que eu preciso afirmar sua maior qualidade: Por mais triste que ele seja, sabe expor seu drama sem deprimir o ouvinte que não se identifica com isso no momento. Ou seja, desfrute livremente dele.