Resenhas

Aqualung – 10 Futures

Produtor britânico aposta em diversas facetas da música Eletrônica (e acerta na maioria)

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Ano: 2015
Selo: BMG
# Faixas: 10
Estilos: Pop Alternativo, Pop Eletrônico, Eletrônico Experimental, Post-Dubstep
Duração: 37:57
Nota: 3.0
Produção: Matt Hales

Os caminhos diversos de Aqualung em seu mais recente lançamento, 10 Futures, podem causar estranhamento aos novatos desavisados, mas basta um olhar um pouco mais cuidadoso sobre Matt Hales e sua obra para vermos que o leque abrangente de gêneros e timbres presentes no álbum nada mais é do que um reflexo de sua personalidade plural.

A faceta profissional que mais parece se destacar na carreira de Hales é, na verdade, a de produtor. Digo isso porque Aqualung, além de experimentar muito com a roupagem de suas faixas, é dono de uma presença velada, porém muito sólida, no mundo da música. Ou seja, assim como muitos produtores, seu nome não tem um destaque tão explícito (ao menos para o público leigo) quanto o dos artistas do mainstream, mas, mesmo assim, você provavelmente já ouviu alguma coisa do rapaz (e gostou). É claro, a presença em alguns comerciais de tv e trilhas sonoras de filmes e seriados são os grandes responsáveis por essa presença discreta, porém intermitente.

Dito isto, é justo dizer que 10 Futures não possui uma linha coesa que une suas dez faixas em um álbum conceitual. A não ser, é claro, se olharmos pelo viés experimental: todas possuem potencial para evoluir em diferentes facetas, pertencentes a universos distintos, tal qual o próprio título do álbum indica. Logo de início nos deparamos, em Tape 2 Tape, com ruídos mecânicos que, somados a batidas eletrônicas, constroem uma atmosfera Post-Dubstep muito empolgante. Já em Eggshells (que tem co-produção de Disclosure) ainda temos o mesmo estilo, mas agora numa sofisticação mais downtempo que faria inveja a James Blake.

A partir de Be Beautiful o álbum transforma-se gradativamente, e pende cada vez mais ao universo Pop Alternativo de refrão pegajoso (que nos remete ao Deep House de Clean Bandit). Entre as baladas hipnóticas como New Low e as nubladas como Clean, em 10 Futures, só sentimos falta de uma coisa: a doçura melancólica de Strange and Beautiful (I’ll Put a Spell on You) que nos conquistou nos idos de 2002 . Fora isso, temos um leque diversos de experimentos bem sucedidos que deve agradar amantes de vários gêneros de Música Eletrônica.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte