Resenhas

AraabMuzik – Dream World

Produtor continua a transitar entre o Hip Hop e o EDM em novo trabalho

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Ano: 2016
Selo: Araabmuzik LLC / EMPIRE
# Faixas: 16
Estilos: Eletrônica, EDM, Hip Hop
Duração: 54
Nota: 2.5
Produção: AraabMUZIK

Abraham Orellana, que também atende pelo seu codinome AraabMuzik (ou ainda araabMUZIK) é um produtor norte americano que está na ativa há pelo menos dez anos. Nesta longa trajetória, recheada de muito trabalho e feitos impressionantes, não há dúvida de que o ápice de sua fama está em suas apresentações ao vivo – que pipocam pelo Youtube – como DJ, nas quais toca uma drum machine com um nível de virtuose incomum para a plataforma.

Além de sua fama como beatmaker oldschool dos anos 2010, usando uma MPC500 para seu finger drumming, outra característica define a contemporaneidade de Orellana: sua vontade de habitar dois territórios distintos ao mesmo tempo, ou, ao menos, seu apreço pela transição sem ressalvas entre o Hip Hop e a EDM.

Nesse sentido, mesmo que a discografia do artista, enquanto músico, conte com mais de dez trabalhos que variam – e se confudem – entre álbuns, mixtapes e EPs, dois são os eleitos como seus trabalhos mais contudentes até agora: Electronic Dream, de 2011, e o atual, Dream World, que tenta resgatar a fama do anterior.

Se Electronic Dream fazia jus ao nome ao mesclar o Hip hop e a Música Eletrônica em uma atmosfera muito própria, ao mesmo tempo lânguida e sensual, em Dream World, por sua vez, o “sonho” parece fazer parte apenas de uma fantasia vinda do EDM, que projeta os desejos do estilo em uma espécie de mundo utópico musical. Algo não tão incomum no espectro mais mainstream do estilo, do qual AraabMuzik parece querer fazer parte: basta olhar para o nome do maior festival atual do gênero, Tomorrowland.

Em Dream World AraabMuzik não funde, necessariamente, dois universos sonoros, mas sim parece ir e voltar de um gênero para o outro conforme lhe apraz, o que torna a experiência do ouvinte um pouco cansativa. Embora algumas faixas pareçam ter sido concebidas sob medida para que um público cativo e pouco crítico abrace este álbum (Stadium House ou Train Wreck), outras destacam-se como momentos mais inspirados do produtor, como a introdutória Adonis ou a releitura de Norah Jones Chasing Pirates. Na pior das hipóteses, oferece um leque amplo para escolhas, seja para momentos mais exigentes ou mais despretensiosos.

(Dream World em uma música: Señor Breakfast)

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BOM PARA QUEM OUVE: Baauer, Rustie, DJ Shadow
MARCADORES: EDM, Eletrônica, Hip Hop

Autor:

é músico e escreve sobre arte