Resenhas

Architecture in Helsinki – Now + 4Eva

Banda australiana cria faixas aos moldes do mercado que ficam muito cansativas quando colocadas lado a lado

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Ano: 2014
Selo: Casual Workout
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Pop Eletrônico
Duração: 36:36
Nota: 2.0
Produção: Architecture in Helsinki e François Tétaz
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fnow-%2B-4eva%2Fid842896064%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Propagandas de TV (ou aquelas que passam no YouTube), lojas de produtos para jovens, estandes de marcas em eventos (as mesmas das propagandas), uma ou outra balada mais Popzinha ou talvez mesmo games. Não é difícil ver uso para as músicas que Architecture in Helsinki colocou em Now + 4Eva. Porém, não é tão fácil ouvir o disco até o fim mais que uma vez.

A sensação que ele passa é de um trabalho muito preocupado em agradar a porcentagem da população que faz decisões contratuais de licenciamentos e acordos comerciais. Não que isso seja errado, mas acaba dando uma artificialidade muito grande a um estilo que já carrega esse estigma: O misto de Indie Pop com Pop Eletrônico.

Na verdade, ele tenta agradar mais gente também – o maior número de pessoas possível, aparentemente. Mas se prende tanto à vontade de fazer isso que o resultado acaba sendo forçado. É diferente do que Metronomy, por exemplo, consegue alcançar de uma maneira mais natural. Ouvir I Might Survive ou U Tell Me revelam isso facilmente.

Born to Convince You parece ter saído de algum momento pouco inspirado (e mais Eletrônico) de Phoenix, enquanto Boom (4Eva) (faixa que ajuda a batizar o disco) tenta dar uma variada, um sopro de criatividade maior no mar de músicas meio “ah, tanto faz” que encontramos ao longo da obra.

Uma última curiosidade sobre o disco, ainda dentro do campo da “barra forçada”, é a tentativa de fazer referências aos anos 1990 (como quase todo mundo hoje em dia). Entretanto, o que acontece é ou essa aparência de elementos que estão ali “só pra constar” ou outros que simplesmente não são tão interessantes assim. Em diversos momentos, me lembrou Venga Boys e Aqua, por exemplo (lembra deles?).

No fim, ouvir uma ou outra músicas dessas pode ser até divertidinho, mas um disco inteiro é cansativo demais. Fica a esperança dele encontrar seu público certo e que dê o retorno financeiro que o grupo parece buscar.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.