Resenhas

Audac – Audac

Disco de estreia dos curitibanos apresenta algo entre o sonhador e o roqueiro, brincando com muitos tons de sintetizador e guitarra

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Ano: 2013
Selo: Independente
# Faixas: 8
Estilos: Dream Pop, Nu-Gaze, Indie Rock, Rock Psicodélico
Duração: 32:25
Nota: 3.5
Produção: Gordon Raphael
SoundCloud: /tracks/104553568
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Faudac%2Fid687629630%

Para quem está de olho na fervilhante cena curitibana, o nome AUDAC deve ter surgido em diversas oportunidades nos últimos dois anos e uma delas, talvez a de maior destaque, foi a abertura para o quinteto australiano Tame Impala, no show realizado no ano passado. Mas a carreira do quarteto já vem se solidificando há algum tempo através de ótimos singles (e alguns deles aparecem por aqui) e EPs que culminaram no seu ótimo e autointitulado disco de estreia.

Com apenas oito faixas (e uma delas é um prelúdio para a primeira canção do disco), o álbum soma pouco mais de 32 minutos de um som que passeia muito bem entre o Dream Pop, Indie Rock, Nu-Gaze e Rock Psicodélico em uma mistura fluente nessas vertentes e uma sonoridade encantadora que sabe se aproveitar de cada uma delas na medida certa. O duo de vocais entre Alyssa e Debbie também contribui para a sensação onírica alcançada em faixas mais lentas.

O som do quarteto parece ter sido potencializado pela ótima produção de Gordon Raphael (que entre outros, produziu os primeiros trabalhos do The Strokes). Gravado em takes brutos, muito do que se ouve no disco é o saiu diretamente dos estúdios, sobrando pouca coisa para se lapidar na pós-produção. Ainda que muito arriscada, quando feita com bandas de qualidade, essa técnica de gravação (muito usada também por Steve Albini) consegue dar vazão a todas as qualidades dos artistas sem precisar maquiar suas falhas com softwares posteriormente.

Transitando entre sonoridade de bandas como Tame Impala e Melody’s Echo Chamber, o quarteto mostra muitas vezes na mesma faixa um lado mais roqueiro e outro mais Pop, como na ótima Distress. Ela se constrói com uma série de sintetizadores e o doce vocal feminino (lembrando o trabalho da francesa Melody Proceht) e se torna saturada com as guitarras e uma percussão simplória (lembrando um pouco do que Kevin Parker e sua turma fazem).

Como resultado, a banda consegue um disco dinâmico e cheio de momentos pulsantes (como a sintetizada Dark Side e a roqueira Real Pain Killer), outros mais sonhadores (como a ingênua Brian May Coin) e outras que se encontram quase no meio termo entre esses dois extremos (como Espirit, The Bow River e Back To The Future).

Mesmo não apresentando nenhuma grande novidade a quem já seguia a banda há algum tempo, o disco consagra todo o trabalho que o quarteto teve durante os últimos anos e mostra todo o potencial da banda tomando forma em um bom disco.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts