Resenhas

Azelia Banks – Slay-Z

Nova mixtape da rapper realça seu flerte com a Eletrônica dançante

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Ano: 2016
Selo: Independente
# Faixas: 8
Estilos: Hip Hop, EDM
Duração: 27:00
Nota: 3.5
Produção: Azelia Banks

Sem muito alarde, Azealia Banks lançou a sua nova mixtape como se fosse apenas mais uma atualização em sua conta no Twitter. Acostumada com polêmicas nas redes sociais, a cantora traz valor inversamente proporcional às suas composições quando coloca a música em primeiro plano. Seu primeiro disco, o tardio e excelente Broke With Expensive Taste, foi um marco em sua carreira não só por afirmá-la como uma talentosa artista de sua geração, mas por também criar alívio e alternativas dentro do Hip Hop.

Os flertes intencionais com a música Eletrônica a tornaram figura carimbada em festas e clubes noturnos mundo afora, seja através de hits como 212 e BBD, ou por torná-la uma ponte entre a EDM e Hip Hop – ritmos antagônicos, mas presentes nas pistas de dança. Logo, não era ousado imaginar que tal inusitada combinação fosse ser seguida em Slay-Z. Acertadamente, Azealia parte desse príncipio na ótima Riot, com Nina Sky, na clubber Used to Being Alone ou em Can’t Do It Like Me, inspirada em Missy Elliot. Em todos esses momentos, a mesma sensação de estranhamento e aceitação passa por sua música: como batidas tão Pop – e às vezes clichê – poderiam ser conectadas com versos tão bons?

House e misturas que viriam a acontecer nos anos 1990 no chamado House Rap são os fios condutores de Banks e um dos melhores momentos desse EP acontece quando a rapper rima em cima de uma batida à la Eurodance com versos sampleados de Notorious B.I.G.: The Big Big Beat é sistematicamente o que a cantora vem fazendo nos últimos anos e não nos deixa parados ou decepcionados. Nos faz na verdade querer colocar a música em uma playlist para levar na festa de amigos.

Se casos como Die Antwood, Hip Hop e ritmos eletrônicos de décadas passadas deixam a sonoridade proposta extrema, Azealia faz um caminho menos sinuoso ao cantar canções Pop pegajosas que a deixam mais próxima da EDM que do Hip Hop, por exemplo. Queen of Clubs vem justificar isso na mixtape, ao mesmo tempo em que um pérola escondida nos faz olhar para um lado diferente da cantora. Big Talk com Rick Ross é moderna, Eletrônica, pesada e nada açucarada – o Gangsta Rap com toques de Trap caiu perfeitamente no colo de Banks e me faz querer vê-la partindo para essas tangentes.

Como uma mixtape, Slay-Z é o tipo de trabalho descompromissado que surpreende sem inovar e realça papeis estabelecidos anteriormente. Está recheada de novos hits, não procura direcionar Azealia para nenhum lugar e não existe problemas com essa abordagem; a rapper está dentro de um nicho particular seu e cria um estilo musical com forte apelo Pop que ainda a levará a criar um grande disco em algum momento. Por enquanto, ela está ainda explorando, se divertindo e, acima de tudo, fazendo todo mundo dançar.

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BOM PARA QUEM OUVE: Die Antwoord, Beyoncé, Calvin Harris
ARTISTA: Azealia Banks
MARCADORES: EDM, Hip Hop

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.