Resenhas

Blur – Parklive

Disco ao vivo traz o possível show de despedida da banda, que se apresentou no dia do encerramento dos Jogos Olímpicos de Londres no consagrado Hyde Park para 80.000 pessoas.

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Ano: 2012
Selo: EMI, Parlophone
# Faixas: 25
Estilos: Britpop, Rock, Indie Rock
Duração: 122:25
Nota: 4.5

Nesse ano muito se falou de Londres. Afinal, a capital inglesa receberia o maior evento esportivo do mundo, os Jogos Olímpicos. As atenções de todas as mídias se voltaram para lá por cerca de quinze dias, começando, como é de costume, com a cerimonia de abertura e fechando as portas e passando o fogo olímpico adiante na de encerramento.

Paralelamente, enquanto delegações esportivas, autoridades e boa parte (boa parte mesmo) do mundo olhava as danças e composições visuais do encerramento dos Jogos, acontecia no famoso Hyde Park o show de uma banda que marcou a história do Britpop e da música inglesa: Blur. O atrativo principal desse show, intitulado Parklive (fazendo trocadilho com o disco Parklife e “live”, ao vivo) e que contou com cerca de 80.000 pessoas, foi o fato da possibilidade de ser o último da banda. Em abril desse ano, o líder do Blur, Damon Albarn, disse em entrevista que não estava se entendendo em estúdio com o baixista e o baterista da banda, tendo apenas afinidade com Grahan Coxom. Isso tudo resultaria na não produção de novos materiais para a o grupo.

Entretanto, poucos dias depois, Albarn volta atrás e diz que tem coisas que se pensa e diz num dia mas que em outro já não se pensa mais assim. Estava então anulada a possibilidade do fim do Blur e do Gorilaz. Estava mesmo? Se Albarn diz que cada dia pensa um coisa diferente, nada nos impede de achar que amanhã ele poderá voltar novamente atrás. Bom, esperamos que não.

Com relação ao disco/show, Parklive apresenta uma setlist generosa, com 25 canções que são dividas em dois discos. Fato curioso é que, logo no dia seguinte ao show, ele já estava disponível no iTunes para ser adquirido. A velocidade com que saiu foi a mesma com que fãs correram para o computador para ter essa possível preciosidade com ele.

As canções se misturam com relação aos tipos de emoção, tendo momentos de peso emocional e outros de descontração e energia. O que não faltou foi a interação do e com o enorme público, principalmente em Tender em versão extendida, que contou com um belo e tocante coro solo da platéia no início e, do meio ao fim, em versão à capella com Albarn. Com certeza, a música que marcou a apresentação.

O grande número de hits do set, como Girls and Boys – abrindo o show com pé direito- Beetlebum, Coffee and TV, Country House, Parklife, Song 2 e The Universal só mostram a grandesa que o Blur representa para o cenário musical. Todas essas, incuindo as demais e inúmeras músicas do grupo, saíram no box Blur 21 no final de julho. Poderia ser um sinal de aviso de fim das atividades? Ou só algo comemorativo? As primeiras palavras de Albarn ficaram na cabeça do público mesmo com o recuo na proposta do fim.

Uma coisa é certa: Parklive é memorável, seja ele o último ou apenas mais um do Blur. Inesquecível para quem estava lá pessoalmente e para os fãs que podem ouvir o show em forma de álbum.

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BOM PARA QUEM OUVE: The Kooks, Gorillaz, Arctic Monkeys
ARTISTA: Blur
MARCADORES: Britpop, Indie Rock, Ouça, Rock

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).