Resenhas

Boogarins – As Plantas Que Curam

Trazendo arranjos que nos remetem a grandes nomes do estilo, o quarteto apresenta boas canções com belos arranjos e melodias lisérgicas

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Ano: 2013
Selo: Other Music Recording Co
# Faixas: 10
Estilos: Rock Psicodélico, Neo Psicodélico
Duração: 32:21
Nota: 3.5

Parece que a nova onda da psicodelia chegou em terras brasileiras, e muito bem representada. Trata-se dos goianos da Boogarins que acabam de lançar seu álbum de estreia, As Plantas Que Curam. O quarteto é formado por Fernando, Benke, Hans e Raphael e conseguem trazer uma sonoridade psicodélica bem apegada às tradições do estilo, mas com um toque aqui e acolá de modernidade, mas sem perder a magia da raíz do estilo.

Em 10 faixas, o grupo nos transporta para um mundo lisérgico que é passado tanto em forma de Rock, quanto algumas nuance de Folk e Blues por trás das faixas, dando uma roupagem interessante heterogênea, o que não faz o ouvinte se cansar durante a execução da obra.

Abrindo o disco temos o belo single Lucifernandis. Uma composição psicodélica melodiosa e que traz alguns riffs de guitarra com um toque até certo ponto brasileiro, o que deixa a canção ainda mais criativa e interessante. Seu nome, talvez não seja necessariamente inspirado daí, mas nos remete à clássica composição d’Os Mutantes, Ave Lúcifer, e que pode ter sido uma inspiração para o título, visto que trata-se de uma fatal referência do estilo não só para artistas brasileiros como mundiais.

A seguir, outra canção que merece seu destaque é Erre, que possui um início que remete à Solitude Is a Bliss, do Tame Impala (banda para a qual o quarteto goiano irá abrir – em DJ set – durante seu show em São Paulo). Os vocais nebulosos dão o toque especial e fazem a faixa uma das mais ácidas, no sentido não literal da palavra, de todo o disco.

Mais afrente temos duas composições que, mais uma vez nos remetem aos Mutantes – e isso é ótimo. Trata-se de Despreocupar e que trazem arranjos e melodias – tanto instrumentais quanto vocálicas- muito similares aos da banda paulista. O resultado são duas músicas aos quais se lhe apresentassem como tendo uma participação dos irmãos Sérgio Dias e Arnaldo Baptista seria fácil de acreditar.

Fechando o disco, temos a Folk Psicodélica Paul, que faz uma homenagem à Sir. Paul McCartney e mostra duas coisas. A primeira, é mais uma boa influência que Boogarins, e a segunda é como a banda sabe trabalhar bem com outros modelos de psicodelia, sendo aqui algo mais Folk e dado um resultado muito bom, o que a proporciona uma elasticidade e dinamismo para futuros trabalhos.

Desse modo, Boogarins estreia bem, com um disco sólido com boas faixas e se mostra saber o que faz, trabalhando muito bem em cima da psicodelia com boa instrumentação e influências. De certo possui um bom futuro lisérgico reservado para nós, com boas músicas, e para os próprios integrantes com boas críticas.

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BOM PARA QUEM OUVE: Tame Impala, Pond, of Montreal
ARTISTA: Boogarins

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).