Resenhas

Born Ruffians – Birthmarks

Nem a tardia maturidade lírica conseguiu tornar o quarto disco destes canadenses mais atrativo

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Ano: 2013
Selo: Yep Roc / Paper Bag
# Faixas: 12
Estilos: Indie Rock, Indie Pop
Duração: 43:29
Nota: 2.0
Produção: Roger Leavens
SoundCloud: /tracks/79258774
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fbirthmarks%2Fid61336

O amadurecimento é algo que vem naturalmente. Pode demorar mais para alguns do que outros, mas invariavelmente ele virá. Ainda que tardio, ele também chegou aos canadenses do Born Ruffians, que, em sua nova obra, deixam de lado a aura púbere, que dominara seus três primeiros discos, para apostar em composições mais confiantes e “adultas”. Os temas adolescentes são trocados por outros condizentes a idade dos membros da banda que chegam agora aos seus vinte e tantos com mais preocupações das que enfrentadas naquela época.

Junto à maturidade lírica, veio a falta de espontaneidade sonora, ainda que permaneça grande parte do dinamismo visto em outros álbuns do grupo. Se os antecessores de Birthmarks eram gravados em poucas sessões, este foi bem pensado e acompanhado de perto pelo experiente produtor Roger Leavens, que trouxe aos arranjos maior clareza, robustez e uma sonoridade claramente mais Pop. Estas escolhas fazem deste álbum mais acessível, mais pegajoso, mas ainda assim nada memorável. Se tornando um disco repleto daquelas músicas que vão grudar na sua cabeça por um tempo, mas que logo cairão no esquecimento.

Esse tom pegajoso pode vir da semelhança das faixas com outras mais conhecidas. E exemplos delas não faltam: Needle, a abertura e principal single, se assemelha em diversos momentos com o Fleet Foxes; With Her Shadow com as composições do Vampire Weekend, Ocean’s Deep com algo que Luke Pritchard faria no The Kooks; Permanent Hesitation com algo vindo da New Wave, como a do Talking Heads; Too Soaked To Break traz novamente as referências oitentistas, mas dessa vez com cara de um resgate moderno à época. Mais uma “Fleet Foxes” do álbum é a ótima Never Age, que fecha a obra sendo uma das canções mais belas já produzidas pelo grupo.

Birthmarks é até agora o disco mais maduro já produzido pelos canadenses, mas também o mais genérico. Sem dúvidas, a progressão lírica do grupo é louvável, mas falta de criatividade ao arranjá-las leva esse disco a um lugar enfadonhamente comum na música Pop.

Born Ruffians – Needle

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BOM PARA QUEM OUVE: Dr. Dog, Vampire Weekend, The Kooks
ARTISTA: Born Ruffians
MARCADORES: Indie Pop, Indie Rock

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts