Resenhas

Brendan Benson – You Were Right

Parceiro de Jack White em The Racounteurs, acerta em seu novo disco solo, misturando Powerpop e Soft Rock

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Ano: 2013
Selo: Readymade Records
# Faixas: 15
Estilos: Rock
Duração: 46:37
Nota: 4.0
Produção: Brendan Benson

Brendan Benson é daqueles raros cantores/compositores que resolveram enveredar por um gênero bastante fora de moda, apesar de ser teoricamente popular por excelência: o powerpop. Famoso a partir de marcos que variam da gravação de Drive My Car, pelos Beatles em 1966 ao surgimento do Badfinger e do Big Star no início dos anos 70, o Powerpop é marcado pelas melodias assobiáveis, as levadas cheias de doçura, ambiente feliz e saltitante, mas devidamente emoldurado por guitarras dotadas de certo peso.

Seu primeiro disco, One Mississippi, mesmo enfrentando problemas de produção e exigências da Virgin, gravadora de Benson na época, preparou o terreno para a chegada de Lapalco, até hoje seu melhor trabalho, lançado em 2002, seis anos após a estreia. Este segundo disco trazia a presença de Jason Falkner, famoso por ter participado do Jellyfish e por ser um dos grandes expoentes de uma renovação no estilo, na qual, além dele, também estavam Matthew Sweet e os canadenses do New Pornographers. Brendam teria sua carreira modificada sensivelmente quando foi convidado por Jack White para formar uma banda, que se chamou Raconteurs.

Foram dois discos em parceria com White, Broken Soldiers (2006) e Consolers Of The Lonely (2008),nos quais a presença da veia melódica de Benson servia para temperar os arroubos mais pesados vindos do vocalista e guitarrista dos White Stripes. Ambos os álbuns chegaram ao top 10 nos dois lados do Atlântico, finalmente apresentando Brendan a uma audiência maior. Com o Raconteurs colocado em suspenso por tempo indeterminado, Benson retomou sua carreira da mesma forma que havia deixado: novamente nas águas plácidas do powerpop. Desde então foram lançados três discos, incluindo este novíssimo You Were Right. Benson gravou alguns singles entre o último trabalho, What Kind Of World e esse novo álbum, que foram devidamente agrupados, soando como se estivéssemos numa dobra temporal em que a California ensolarada dos anos 70 ainda existe. Não só ela, mas toda uma lógica de Soft rock e Powerpop domina as ondas do rádio, nas quais Benson lança pequenas pérolas como It’s Your Choice, As Of Tonight ou Oh My Love, todas lapidadas na melhor tradição Soft Rock, que não fariam feio ao lado de bandas de tempos idos como Bread, America ou Raspberries.

O som de Brendan Benson, ainda que busque referências num passado fora do padrão usual de valorização dos dias de hoje, é sempre moderno e classudo. Tem peso na medida certa, melodia por toda parte e bom gosto acima da média. Audição obrigatória.

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Autor:

Carioca, rubro-negro, jornalista e historiador. Acha que o mundo acabou no meio da década de 1990 e ninguém notou. Escreve sobre música e cultura pop em geral. É fã de música de verdade, feita por gente de verdade e acredita que as porradas da vida são essenciais para a arte.