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Em releases e entrevistas sobre Rytmus Alucynantis, o grupo potiguar Camarones Orquestra Guitarristica faz questão de deixar claro que este é um disco divertido e dançante – que vai mostrar os tais “ritmos alucinantes” em sua meia hora de duração. E essa me parece ser mesmo a melhor definição para (e o melhor jeito de se ouvir) o quinto álbum do grupo.
Durante onze músicas, o grupo vai passear por diversos cantos do Rock (bebendo também na fonte de outros gêneros) e levar o ouvinte para essa viagem descompromissada. A música instrumental do grupo, está diretamente ligada às guitarras, ora em seu peso, ora em seu virtuosismo, ora em sua versatilidade. E creio que “versátil” seja o melhor adjetivo para a tal orquestra, que brinca com uma miscelânea de estilos roqueiros, sem se apegar a esse ou àquele.
Surf Rock (Apocalypso), Stoner (Rytmus Alucynantis), Dub/Ska (Tsunami) e até mesmo aquelas guitarrinhas à la Gang of Four (Xadrez Com Karpov) entram na jogada. Ainda que não haja muita coesão entre as faixas, elas se ligam, na maior parte das vezes, pelo seu peso e pela tal diversão que podem gerar ao embalar os passos de dança dos seus ouvintes.
O problema, porém, está na progressão das faixas – ou melhor, na falta dela. Elas, geralmente, ficam tão presas em uma só ideia durante seus três minutos que acabam não chegando em outros lugares mais interessantes. Mesmo em uma primeira audição, não é difícil notar isso, tornando o processo um jogo de encontrar padrões que vão se repetir nas demais faixas.
Contudo, o disco foi feito pensado nos palco, lugar onde deve se tornar menos engessado e onde a troca de energia entre banda e público deve fluir melhor. Ouça o disco e espere pela diversão despretensiosa, nada mais que isso.
