Resenhas

Chilly Gonzales – Solo Piano III

Compositor desliza relaxado sobre o piano em álbum instrumental

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Ano: 2018
Selo: Gentle Threat
# Faixas: 15
Estilos: Instrumental
Duração: 38
Nota: 3.5
Produção: Jason Beck

Faz algum tempo acompanhamos a carreira de Jason Beck, mais conhecido pelo codinome de Chilly Gonzales. O artista, que se divide entre encomendas para outros artistas (uma delas rendeu um Grammy), projetos paralelos e álbuns intimistas de sua carreira solo, achou uma boa ideia se autodenominar um “gênio musical”. O nome e o aposto, é claro, são uma piada, mas não deixam de apontar para um traço muito sintomático em sua música, que é sempre bem resolvida, soando ao mesmo tempo tranquila e extrovertida.

Solo Piano III, como o próprio nome já diz, é o terceiro álbum de composições feitas exclusivamente no piano. As faixas se desenrolam rapidamente e, apesar de evocar um universo clássico, soam extremamente acessíveis para um ouvido leigo. A ausência de complicações e o apreço por composições eficientes fazem o ouvinte lembrar de gente da categoria de Erik Satie, Nils Frahm e até mesmo Keith Jarrett.

Em geral, Gonzo costuma criar uma espécie de narrativa para suas músicas instrumentais através dos títulos, sugerindo, mais do que suas fontes de inspiração, uma chave interpretativa para seu trabalho. Não vale a pena, no entanto, quebrar muito a cabeça por aqui. Solo Piano III é um pequena coleção de momentos meditativos, feitos para despertar sensações que, da mesma maneira como vem, acabam indo embora. Assertivo, relaxado e relaxante, o álbum se estende por pouco mais de meia hora, tempo que vale a pena perder (ou ganhar, no caso), para experimentar o trabalho.

(Solo Piano III em uma música: Chico)

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BOM PARA QUEM OUVE: Keith Jarrett, Erik Satie, Nils Frahm
MARCADORES: Instrumental

Autor:

é músico e escreve sobre arte