Resenhas

Christopher Owens – Chrissybaby Forever

Músico parece ter encontrado cura pessoal com trabalho Pop, leve e iluminado

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Ano: 2015
# Faixas: 16
Estilos: Indie, Indie Pop, Singer-Songwriter
Duração: 51
Nota: 4.5
Produção: Christopher Owens, JJ Wiesler

Se em A New Testament, álbum anterior de Christopher Owens lançado há menos de um ano, havia uma forte indicação de que o teor de sua obra estaria mudando, vindo de um aspecto mais sujo e conturbado para uma aura mais ensolarada, Chrissybaby Forever chega para atestar que tais sinais estavam certos, afinal, aqui, o músico parece ter atingido a iluminação que precisava, com esta que é, talvez, sua obra mais leve e sensível até agora.

É muito fácil notar a leveza que Chrissybaby Forever carrega. Além das melodias Pop, simples e eficientes, suas letras parecem ter brotado naturalmente, sem grandes revolteios intelectuais ou emocionais. Logo de início, Owens nos dá a dica da despretensão com que compôs, ingrediente que é o pressuposto para compreender a leveza que dita o clima de todo o trabalho. A busca de significado acaba sendo uma tarefa fútil – contanto, é claro, que a canção venha diretamente do coração – em Another Lose Fuck Up, que nos diz “sometimes a song is like a photograph, everybody wants to figure it out, and you and i will see a different picture, i don’t need to tell you what it’s about”. A sua complementar, Music Of My Heart, por sua vez, reitera: “if you’ve got a song , go on and sing it, if it’s a feeling, let it take you away, and if it’s real, don’t have to explain it”.

Com composições vindas de épocas diferentes – algumas datam até de 2009, por exemplo – o álbum não soa anacrônico, nem heterogêneo. Parece que Owens esperou sua cura pessoal e reuniou suas faixas que mais soam como autorrealização, um reencontro, talvez, com seu aspecto mais puro, como nos indica seu título (sen, no entanto, soar infantil). Abraçando sua sombra, com a lembrança de sua época de vício em heroina, por exemplo, a última faixa do álbum (uma das últimas em sua cronologia também) nos dá a maior lição a ser apreendida desse trabalho, tanto por Owen, quanto por nós: To Take Care Of Myself Again.

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BOM PARA QUEM OUVE: TWEEDY, Diane Coffee, Girls

Autor:

é músico e escreve sobre arte