Resenhas

Chromatics – Kill for Love

Empolgados pela repercussão de sua participação em uma trilha-sonora, os músicos da banda fizeram um disco que mistura excelentes composições de Synthpop com músicas que poderiam fazer parte de um filme, gerando um álbum ambíguo

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Ano: 2012
Selo: Italians Do It Better
# Faixas: 17
Estilos: Eletrônica, Synthpop, Pop Eletrônico
Duração: 1h30
Nota: 3.5

A uma hora e meia de Kill for Love até que passa rápido, mesmo após o susto de comprovar a duração e o grande número de faixas – são 17 ao todo. É que a Chromatics continua aqui na mesma pegada cinematográfica da trilha de Drive (2011), que eles participaram com a música Tick of the Clock e, com isso, ganharam novo público e fôlego para este lançamento.

O mesmo filme já tinha gerado o disco Themes for an Imaginary Film, que dois músicos da banda lançaram sob a alcunha Simmetry, com canções feitas com a película em mente. Isso se prolonga em Kill for Love, o quarto álbum da Chromatics, com sons que parecem ter sido tirados de uma trilha-sonora de um thriller de espionagem e canções que conseguem facilmente agradar os fãs de Synthpop, Indie Pop e Eletrônica.

A faixa-título é um bom exemplo da sonoridade meio dançante e, ao mesmo tempo, melancólica presente nas músicas cantadas ao longo do disco, como Back from the Grave, These Streets Will Never Look The Same, Running from the Sun e At Your Door, nas quais os sintetizadores encontram vocais lamentosos e letras sinceras.

A dupla Birds of Paradise (talvez, a mais bonita do álbum) e A Matter of Time fazem a ponte entre a vibe de trilha sonora nas faixas instrumentais e as canções embaladas pelos vocais, mantendo aquela tensão das faixas que as fariam perfeitas para um filme de ação, cheias de intervalos para os diálogos e ruídos.

O grande problema de Kill for Love não é sua extensão, mas essa variação entre os dois estilos de faixas – as dançantes e as instrumentais – pode ser cansativa. Por mais alta que a qualidade das composições seja, dependendo do clima em que você ouvir o disco, pode parecer que as músicas instrumentais são apenas intervalos entre uma e outra canção – até por que essas tem tudo para ficar entre as suas músicas preferidas do ano e, no fim das contas, são as que vão para a sua playlist.

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BOM PARA QUEM OUVE: John Talabot, M83, Metronomy
ARTISTA: Chromatics

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.