Nada como tocar em casa. A volta de Dylan Baldi e sua turma para sua cidade natal, Cleveland, rendeu um ótimo EP gravado ao vivo: Live at Grog Shop, que consegue capturar toda a essência e energia juvenil da banda. O disco é composto por cinco faixas, sendo quatro do Attack on Memory, terceiro álbum do Cloud Nothings.
Apesar de curta, a apresentação levou para o palco toda a potência e fúria do disco que soa como um desabafo de Dylan. Ao vivo, a mistura de um som garageiro com uma pegada Lo-Fi é posta à prova e parece ganhar ainda mais força junto ao vocal rasgado e penetrante de Dylan, que ajuda a criar a aura visceral do EP.
Stay Useless (segundo single do Attack on Memory) foi a faixa escolhida para abrir esse registro, uma bela canção que traz muito do Punk em si, tanto o vigor quanto a curta duração. Já na segunda faixa, o disco apresenta um de seus melhores momentos por conta da dobradinha Fall In / Separation, conectadas através de uma transição distorcida e descontrolada com uma bateria raivosa, que juntas, em seus mais de oito minutos, mostram o quão belo e potente o som da banda pode se tornar.
Wasted Days ganha uma versão (ainda mais) estendida, com mais de doze minutos e com um tempero especial cheio de distorção e microfonia proposital. No Sentiment, que encerra o último álbum, aqui vem seguida de Can’t Stay Awake, que foi tirada de Turning On e finaliza o EP mostrando uma versão mais crua da banda, que teve seu mais recente disco produzido por Steve Albini.
Apesar de ter deixado o single No Future/No Past de fora da obra, a escolha das canções que compõem o EP foi acertada. Dylan Baldi trouxe ao vivo versões ainda mais viscerais de suas músicas e consegue amplificar a angústia de suas letras com seus riffs zangados.