Resenhas

Crocodiles – Endless Flowers

A mistura entre o Pop e Noise marcam o terceiro disco da banda e fazem dele uma obra cheia de melodias pegajosas escondidas por barreiras de distorção e barulho

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Ano: 2012
Selo: Souterrain Transmissions
# Faixas: 11
Estilos: Noise Pop, Shoegaze, Noise Rock
Duração: 41:25
Nota: 2.0

O nome de uma música pode definir Endless Flowers: Bubblegum Trash faz todo o sentido quando se ouve o novo álbum da Crocodiles – as melodias chicletes se escondem atrás de uma barreira de distorção e sujeira sonora, que se repetem exaustivamente durante o disco e se tornam cansativas conforme as faixas vão avançando. Essa é a música é perfeita para resumir a obra: sua melodia e coro pegajosos a levam para o extremo da cafonice, e é bem isso que podemos ver se repetir no álbum.

A Crocodiles faz parte do movimento Noise de 2008, que ao lado de No Age, Women e Crystal Stilts ajudaram a popularizar a mais recente onda barulhenta. A banda, em seus dois trabalhos anteriores, tinha quase essa mesma cara que tem hoje, mas – de certa forma – os discos eram mais maduros e coesos. Aqui, a dupla Charles Rowell e Brandon Welchez traz de volta a crueza juvenil, que já havia sido superado mesmo antes do seu debut.

A falta de um produtor, ao mesmo tempo em que liberou a criatividade da banda e a deixou sem barreiras, fez com que a dupla perdesse o rumo. Em seu disco anterior, ela trabalhou com James Ford (Simian Mobile Disco) que tinha o papel de organizar as ideias (muito boas por sinal) e torna-las apresentáveis. Em Endless Flowers, Rowell e Welchez assumem não só seus instrumentos, como também assinam a produção do disco.

O disco segue sem rumo durante 10 faixas, passeando pelo Pop estranho de Bublegum Trash e No Black Clouds for Dee Dee; pelo Power Pop em Sunday (Psychic Conversation #9), que pode ser considerado uma versão mutante do The Cure; My Surfing Lucifier passeia pelo terreno do Shoegaze em uma música bem estranha que tem coros femininos e, por fim, Hung Up on a Flower ganha um toque de psicodelia em uma música que lembra bastante o som do Oasis.

O esquizofrênico Endless Flowers mostra uma banda que regride em relação aos seus trabalhos anteriores e mostra também a diferença que um produtor faz, já que se arrasta durante dez faixas cheias de ruído em que nada parece fazer muito sentido – o que não acontecia quando a Crocodiles tinha um parceiro no estúdio.

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BOM PARA QUEM OUVE: Sleigh Bells, WACK, Wavves
ARTISTA: Crocodiles

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts