Resenhas

Dave Harrington – Before This There Was One Heart But A Thousand Thoughts

Com pequena amostra em sua estreia solo, músico mostra que teve grande responsabilidade na criação do clima de DARKSIDE

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Ano: 2014
Selo: Other People
# Faixas: 2
Estilos: Drone Music, Glitch, Eletrônico Experimental, Ambient Music
Duração: 20
Nota: 3.0
Produção: Dave Harrington
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fbefore-this-there-was-one%2Fid868731926%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Quando nos referimos ao projeto de música eletrônica ambiente e experimental DARKSIDE, que teve sua ótima estreia no ano passado com o álbum Psychic, costumamos apontá-lo como “o projeto paralelo de Nicolas Jaar”. É natural que as atenções estejam voltadas ao produtor, uma vez que sua carreira tem destacado o americano como poucos no cenário da música Eletrônica. Mas é chegada a hora da outra metade de DARKSIDE mostrar as caras: Dave Harrington chega com sua primeira amostra solo, intitulada Before This There Was One Heart But A Thousand Thoughts.

O EP contém apenas duas faixas (somando 20 minutos), que estão na verdade subdivididas em cinco momentos: One-All, A Thousand Times e Multiple and Mirror na primeira e Flash e All-One na segunda. Harrington constrói em sua estreia o mesmo clima de Psychic: atmosférico, experimental e grandioso. Mas o que difere essencialmente o trabalho de Harrington do de Jaar, além do clima ligeiramente mais sombrio, é o investimento em texturas e instrumentos de cordas.

É difícil falar do “trabalho de Harrington” sendo que sua amostra solo é tão breve. Mas, aparentemente, sem receios de apostar em ruídos e na saturação do som, Harrinton constrói sua música eletrônica ambiente que está muito próxima de Tim Hecker, na medida em que podemos considerar suas criações, na verdade, “descontruções”, ou mesmo alguma espécie de “destruição sonora”, que, apesar das definições, não deixam de ser muito envolventes. O outro método particular de Harrington é a utilização da modulação do som extraído a partir de guitarras: embora toda sua música esteja revestida do trabalho de sintetizadores e notebooks, o músico não poupa a emulação de interferências a partir do que consegue tocar com os instrumentos de cordas.

Com um álbum breve e com uma visibilidade promissora graças a DARKSIDE, Harrington mostra que teve uma responsabilidade muito grande na construção do clima do projeto anterior e pode vir a se tornar uma dos grandes nomes da música ambiente experimental.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte