Resenhas

Desperate Journalist – Desperate Journalist

Estreia do quarteto apóia-se exaustivamente na mesma fórmula

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Ano: 2015
Selo: Fierce Panda
# Faixas: 11
Estilos: Dream Pop, Ambient Pop
Nota: 2.5
Produção: Keith TOTP
Itunes: https://itunes.apple.com/us/album/desperate-journalist/id955904147?uo=4

O reverb é um dos efeitos mais versáteis que existem. Suas qualidades se adequam muito bem a cada estilo e as infinitas possibilidades de configuração permitem que ele consiga refletir a personalidade de cada música de uma maneira única. Seja permeando por campos lisérgicos, impondo mais peso ou deixando uma composição mais depressiva, o fato é que, por ter uma gama tão vasta de moods, é preciso ter um cuidado muito grande ao inseri-lo como recurso. Neste quesito, Desperate Journalist toma todas as precauções necessárias, entretanto, não percebeu o outro lado da faca de dois gumes.

Inserida no universo do Dream Pop, a banda já passou por experiências amadoras que lhe renderam a atenção de diversos veículos musicais, como por exemplo seu primeiro EP, Cristina, de 2013. Assim, o lançamento de seu primeiro álbum despertou naturalmente a curiosidade, produzindo questionamentos acerca de como a proposta da banda se comportaria em um formato maior. Temos em Desperate Journalist uma mistura precisa da melodiosidade de The Smiths e os ecos de um gênero encabeçado por DIIV, rendendo composições divertidas como o single Control e Hesitate. Contudo, um disco não sobrevive de apenas uma ideia, e é aí que entra o erro primário do disco.

Ainda que o disco possua uma sonoridade interessante, juntamente de um belo timbre de voz da vocalista Jo Bevan, a ideia de misturar melodiosidade com reverbs é extensamente utilizada, produzindo assim onze músicas com a mesma fórmula. Desta forma, a partir da terceira música já ficamos entediados rapidamente com a falta de criatividade do quarteto, mostrando que uma sonoridade interessante não significa nada sem uma variação nas estruturas de composição. Como dito antes, a aplicação de ecos é bem estudada aqui, mas a repetição desta fórmula certa acaba gerando onze canções o mesmo potencial e que juntas não prendem a atenção do ouvinte.

Desperate Journalist não produz um disco insuportável, apenas entediante. Ficamos aguardando uma nova forma de explorar estas ideias que não uma repetição exaustiva. De fato, há potencial para a produção de um ótimo futuro disco, é apenas uma questão de tempo.

Um disco composto de uma faixa ótima vezes onze.

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BOM PARA QUEM OUVE: The Smiths
MARCADORES: Ambient Pop, Dream Pop

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique