Resenhas

Dirty Projectors – Swing Lo Magellan

O sexto álbum do coletivo se apresenta menos comercial, porém mais acessivel que seu hypado antecessor, “Bitte Orca”

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Ano: 2012
Selo: Domino Records
# Faixas: 12
Estilos: Indie Pop, Freak Folk, Experimental
Duração: 42:00
Nota: 3.5

Depois de experimentar certo sucesso com Bitte Orca (2009), David Longstreth e seu Dirty Projectors se lançam em um projeto com uma cara menos comercial, porém ainda acessível. Em Swing Lo Magellan o foco da banda parece ter mudado um pouco, com mais momentos introspectivos que mostram maior intimidade e espontaneidade nas composições. Além da normal mudança na própria sonoridade, que é o grande mérito do coletivo que nunca se repete e está em constante reinvenção.

Outros fatores que influenciaram essa mudança foi a saída do vocalista e tecladista Angel Deradoorian, parceiro de longa data de Longstreht, e também a entrada de um novo baterista, Mike Johnson. Outro fator importante é que, diferente do seu antecessor, não há uma ideia ou conceito por trás dele, sendo um apanhado de canções que David escreveu durante quase um ano enquanto estava isolado em uma cidade rural em Delaware, o que confere um sentimento bucólico ao projeto.

No lugar de experimentalismo, entra a coesão. Swing Lo Magellan consegue balancear muito bem a vibe do Freak Folk que a banda já tinha e a mistura com diversos elementos do Indie Rock e do Pop, o que deixa o disco acessível e bem mais fácil de ouvir que seus antecessores.

O sexto álbum da banda vem recheado de novas sonoridades que são exploradas de maneiras diversas. Offspring Are Blank nos apresenta o disco com harmonias vocais bem trabalhadas e uma percussão bem leve em uma música constantemente rasgada pelas guitarras, que criam um clima tenso acompanhada da percussão. O principal single do disco, Gun Has No Trigger, também vem acompanhado das harmonias vocais femininas, porém dessa vez com um invólucro mais Pop e sem o peso das guitarras.

O disco segue apresentando suas constantes variações. A faixa que dá nome ao disco segue uma linha próxima do Folk, sua melodia é guiada pelos violões que se mesclam com uma boa letra e fazem dela uma das mais belas canções do disco. Amber Coffman assume os microfones em The Socialites, com uma bela e doce apresentação vocal que dá formas de um quase R&B à música.

Unto Caesar é uma daquelas faixas que pode lembrar a vibe dos antigos discos, com vários elementos, como violino, metais e apresentações vocais de Longstreth e Coffman e também algumas conversas que apresentam o clima carregado dos outros álbuns; Irresponsible Tune fecha a obra com clima de balada retirada dos anos 50, guiada pelas delicadas cordas do violão e um coro que pode lembrar as primeiras canções de amor do Rock & Roll.

No fim das contas, o campo parece ter feito bem ao coletivo, que parece ter finalmente encontrado um meio-termo entre as esquisitices da banda e o rumo Pop. Swing Lo Magellan é um disco que supera seus antecessores exatamente por encontrar o ponto em que a criatividade de David não se perde nos seus devaneios experimentais.

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BOM PARA QUEM OUVE: tUnE-yArDs, Guillemots, Fixers

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts