Resenhas

Editors – The Weight of Love

Excedendo em fórmulas prontas e faltando em criatividade, banda lança obra na média

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Ano: 2013
Selo: Play It Again Sam
# Faixas: 12
Estilos: British Rock, Indie Rock, Post-Punk
Duração: 50:25
Nota: 3.0
Produção: Jacquire King
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fweight-your-love-del

The Weight of Love, título do recém-lançado álbum do Editors, sintetiza e cumpre sua função ao traduzir qual a sensação que seu compositor principal, Tom Smith, apreende deste controverso sentimento que é o amor: a de peso. Denso e sombrio, a produção do álbum aposta num clima soturno para, ao longo das onze músicas (e mais uma versão acústica), arrastar o ouvinte ao seu universo grave.

Cada faixa se destaca à sua maneira, embora a produção do álbum as faça equilibradas em torno de seu próprio tema. Partindo de Sugar e seu contrabaixo distorcido com contornos de Muse, passando pela balada quase brega com cara de Hurts da faixa What is This Thing Called Love, por A Ton of Love e sua demasiada “influência” de U2 na tentativa de compor uma canção de teor hínico, tal qual a banda referência (me parece que já ouvi esse “desire” do refrão em algum lugar, não?) e pela apropriação Stoner Rock bem sucedida de traços Queens of Stone Age em Hyena, o “Indie de voz grave” já tem lugar de honra dentro do estilo, ocupado por bandas consagradas como o Interpol e The National.

Embora cada faixa tenha sua própria característica, o álbum em si não se destaca excepcionalmente de qualquer uma das outras referências citadas, e, justamente pela quantidade enorme de nomes que evoca, parece de alguma forma, infelizmente, apostar num cardápio de fórmulas prontas para sua composição.

Embora ligeiramente lúgubre, este álbum de som maduro é paradoxalmente equilibrado pela produção de equalizações cristalinas e instrumental lúcido, o que faz o mesmo quase soar asséptico e artificial, o que é uma pena. Seu peso não se dá no estilo musical escolhido pela banda, que tensiona, como já dito, mais ao Indie do que aos estilos de Rock pesado, por exemplo, mas justamente pela roupagem dada a todos os elementos que envolvem a banda, desde o instrumental orquestrado, até às referências góticas da arte gráfica da capa até ao universo noir do videoclipe feito para seu primeiro single.

The Weight of Love é um álbum produzido com um excelente capricho técnico que se salva em tempo: ao final do álbum, já na faixa The Phone Book, quando se acalmam as distorções e a orquestra baixa o volume, finalmente sobra o espaço para a sinceridade confidencial de Tom Smith aflorar, numa belíssima confissão de clima intimista, seguindo o preceito quase óbvio no campo das artes atualmente: menos é mais.

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BOM PARA QUEM OUVE: U2, The National, Interpol
ARTISTA: Editors

Autor:

é músico e escreve sobre arte