Resenhas

Edward Sharpe & The Magnetic Zeros – Edward Sharpe & The Magnetic Zeros

Álbum convidativo e envolvente propõe prazerosas respostas emocionais do ouvinte em meio à salada musical que a banda faz

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Ano: 2013
Selo: Vagrant Records, Rough Trade Records
# Faixas: 12
Estilos: Folk, Indie Folk, Folk Psicodélico
Duração: 52:48
Nota: 4.0
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fedward-sharpe-magnet

Já teve vontade de entrar em um disco e não sair de lá por algumas horas ou dias? Fico aqui na torcida para Edward Sharpe & The Magnetic Zeros vir com direito a hospedagem – no caso, em grandes almofadas espalhadas pelo chão com direito a lanchinho retirado de uma cesta de piquenique e vinho servido em uma jarra de barro.

E eu entraria por algum portal e passaria tempo com a banda por lá – não só como espectador, já que Edward Sharpe & The Magnetic Zeros é uma banda agregadora com nem-me-lembro-quantos membros e quem está na festa deve entrar na roda. E, mais do que em seus trabalhos anteriores, o clima aqui é mesmo congregacional – e os coros meio Gospel não me deixam mentir.

Desde que lançaram Better Days, a música que inicia o disco, dava pra sentir a direção que a obra seguiria. E quem suspeitou em uma mistura de elementos de épocas passadas todos agregados em uma só gravação estava certo. É um álbum que parece solto no tempo – e não digo “solto” no sentido de “largado”, mas como livre, sem âncoras, passeando por décadas com a attude de quem se levanta sem timidez para cantar em um sarau entre amigos.

As músicas são emocionantes sem serem óbvias, apelativas ou piegas. As faixas sabem cultivar um carinho interessante do ouvinte por elas, principalmente por esse caráter convidativo que possuem. É difícil não sorrir com Two, Country Calling ou Let’s Get High, ou ser levado à introspecção com Life is Hard, Please, This Life ou com a belíssima Remember to Remember. Mas a questão é que tanto essas quanto as outras propõem uma resposta emocional – e nós, aqui deste lado, respondemos com prazer.

É interessante como a grande salada musical que compõe Edward Sharpe & The Magnetic Zeros não vem com qualquer cara de “bagunça” mesmo com tantos músicos no estúdio ou no palco. Como um organismo eficiente, cada elemento – seja timbre, voz ou referência estilística, do Folk à Psicodelia – tem sua função, espaço e tempo.

E o melhor de tudo é poder fazer parte disso. Se não em uma temporada no hotel Edward Sharpe, então em uma audição caprichada em nossos fones de ouvido.

Edward Sharpe & The Magnetic Zeros – Better Days

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.