Wayne Coyne, após algum tempo de polêmica envolvendo sua amizade com Miley Cirus, que rendeu algumas parcerias (umas musicais, outras nem tanto), parece querer se afastar conscientemente deste assunto e voltar aos poucos à viagem sonora que se assemelha mais a seu The Flaming Lips (não podemos deixar passar desapercebido o título que escolhe para seu primeiro álbum, que ironiza sua relação com o Twerk).
Todavia, apesar de ser Coyne quem mais aparece nos vídeos de divulgação da banda e de ser o nome que mais pulula nas manchetes de seu novo projeto, ele próprio se coloca mais como coadjuvante do que como cabeça de Electric Würms. Enquanto Coyne cuida do contrabaixo, é Esteven Drozd (também de The Flaming Lips) quem se coloca como compositor principal das seis canções que figuram em Musik, Die Schwer zu Twerk.
O álbum (que, apesar de poucas faixas, soma meia hora de duração) é uma viagem lisérgica despretensiosa que parece mais preocupada em testar tantos efeitos sonoros quanto forem possíveis e estiverem ao alcance. De sintetizadores, passando por pedais e até mesmo aplicativos de iPad, a massa sonora de Musik, Die Schwer zu Twerk não apresenta muita consistência e pode ser uma empreitada meio difícil de embarcar caso o ouvinte esteja sóbrio.
É claro, com o cacife do histórico de The Flamig Lips no currículo, o álbum pode ser uma excelente trilha sonora para uma viagem (se é que você me entende). Embalado na experimentação, o trabalho encontra alguns pontos de apoio, como a faixa The Bat, ou mesmo no cover do grupo de rock progressivo Yes, intitulada Heart of The Sunrise (em sua maioria graças à uma volta de sobriedade provocada pelo aparecimento das letras nas músicas).
Com todo o material que Electric Würms lançou agora, de músicas em si, passando por making offs e até videoclipes, é fácil perceber que essa espécie de projeto paralelo não almeja nenhuma super produção, e, de fato, se diverte na própria viagem e inventividade. Fica a critério do ouvinte decidir se o clima para ouví-lo é propício ou não.