“I feel, feel like getting drunk / I feel, feel like fucking up my life /again with call my friends / I hope we’ll make it til the end”. É com essa estrofe, de No Waves, cantada a plenos pulmões por Zac Carper, que começamos a conhecer as pretensões hedonistas e inconsequentes do quarteto FIDLAR em seu disco homônimo de estreia. A musicalidade simples e abrasiva herdada do Punk Rock ajuda a deixar essa mensagem ainda mais clara ao ouvinte, que nas próximas quatorze faixas fará uma viagem por um mundo regado a festas, skate, bebida e drogas (principalmente as duas últimas).
O disco começa a se desenrolar em Cheap Beer ao som de guitarras agressivas, tocadas de maneira rudimentar à base dos famosos três acordes do Punk e cheias fuzz e feedback, propositalmente inseridos para criar o máximo de ruído possível. O refrão “I drink cheap beer, so what, fuck you” faz parte da lírica desajustada e direta ao ponto que o grupo cria para exacerbar sua vida desregrada. Flertando com o Punk californiano, Stoked And Broke, traz o mesmo nível de ruído e letras tratando o uso abusivo de drogas e a vida descompromissada, em uma faixa que, assim como a grande maioria das canções, mal passa dos dois minutos.
As duas próximas faixas (White On White e No Waves) serão o ponto chave do disco. Se você gostou do que ouviu até então, siga em frente e se aventure ainda mais por esse mundo turbulento do FIDLAR. Porém, se não curtiu e está à procura de algo a mais na forma de tocar ou até mesmo nas letras, é recomendável que pare por aqui. Pois, mesmo criando grande diversidade entre suas faixas (exemplo disso é o flerte com o Surf Rock em No Waves ou com o Skate Punk em White On White), elas, a partir daqui, ficarão brincando com o que já foi apresentando e se aprofundando em um ou outro gênero dentro das vertentes do Punk.
No geral,FIDLAR é um disco repleto de faixas curtas e dinâmicas que chamam a atenção por serem potentes e enérgicas, além de resgatar a estética dos primórdios do Punk e trazê-la ao novo século. Apesar de ser sonoramente interessante, a obra apresenta uma grande falha: o grupo não tem realmente o que dizer em suas letras, que se tornam altamente previsíveis depois de somente quatro faixas ouvidas. No entanto, é exatamente isso que dá autenticidade ao que grupo canta em suas músicas e o que cria a unidade do álbum.