A cerca de duas semanas distante do lançamento da ótima estreia de Alvvays, é chegada a vez de Field Mouse dar sua contribuição a um cenário sonoro que se estabelece entre o Surf e o Indie Rock (ou Beach Punk para os mais íntimos), que prova que o legado da fórmula determinada por Best Coast há alguns anos ainda continua a inspirar novos exemplos.
Hold Still Life é a estreia do grupo e está situada um pouco mais distante doçura de Camera Obscura e de Belle & Sebastian do que os exemplos anteriores e um mais próximo do teor melancólico e (quase) sombrio de Wild Nothing e Wild Beast. Field Mouse, apesar da despretensão quase ingênua de suas letras (assim como seus primos de gênero The Drums e Beach Fossils) cantadas aqui por um vocal feminino, aposta no peso das guitarras, na simplicidade de sua estrutura e no frenesi de seus riffs rápidos para se expressar.
Nenhuma novidade, de fato. Todavia, diante de tantos exemplos de bandas novas que surgem sem parar, o tempo todo, em todos os gêneros musicais que flertam com o Indie, respeitando as “regras estilísticas” de seu gênero, a sinceridade é um fator intangível, muito difícil de detectar, mas de alguma forma audível e perceptível por vias não-racionais, mas que assegura o destaque dos novatos no turbilhão de informações contemporâneo.Num álbum de doze faixas, somando quase 40 minutos de duração, cheio de nuances e bastante coeso, denota uma maturidade, apesar de ter muito ainda por vir, consagra um excelente ponto de partida para Field Mouse.