Resenhas

Flaming Lips e Tame Impala – Peace and Paranoia EP

Obra é resultado de uma turnê norte-americana com as duas bandas e a vontade de se homenagear mutuamente

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Ano: 2013
# Faixas: 4
Estilos: Rock Psicodélico, Rock Experimental
Duração: 21:06
Nota: 3.5

Feita quase como uma brincadeira entre dois amigos, a turnê norte-americana de poucas datas divididas pelas bandas Tame Impala e Flaming Lips rendeu não os shows, mas também um EP em que cada um dos grupos presta homenagem ao outro recriando versões de seus grandes sucessos. O resultado é um misto da mais pura lisergia obtida pela mistura incrível da sonoridade destes dois pilares do Rock Psicodélico feito nos dias de hoje.

Com apenas quatro faixas, o EP, apelidado de Peace and Paranoia (nome também dado a turnê), é aberto com a ótima Runway, Houses, City, Clouds (faixa de Innespeaker) repaginada por Wayne Coyne e companhia. Se na original são as guitarras que a conduzem, aqui os leves violões e sintetizadores são quem carregam a faixa pelos seus pouco mais de nove minutos e mantendo sua aura hipnótica na voz Wayne. Já Elephant (de Lonerism) ganha uma cara mais roqueira e bem fiel a versão dos australianos. A parte mais interessante da canção fica por conta do solo que sem os mesmo efeitos e timbres do Tame Impala perdem um pouco de sua força.

Chegada a hora de Kevin Parker e seus companheiros retribuírem o presente e eles não fazem feio. Sob suas costas pesa a responsabilidade de recriar Are You a Hypnotist? (do clássico Yoshimi Battles the Pink Robots) e Silver Trembling Hands (de Embryonic) dos veteranos Flaming Lips e sem se intimidar o fazem ao maior estilo Tame Impala. Explorando os timbres e os efeitos de guitarras, as faixas ganham versões Lo-Fi e roqueiras, mas que ainda assim mantém em si a carregada vibe onírica de suas originais.

Sem pressão de ser fiel ou mesmo de reconstruir uns as faixas dos outros, as duas bandas parecem brincar ao seu modo com as composições de seus parceiros e dar a elas uma nova cara. E é por brincadeiras (de ótima qualidade) como estas, que os dois grupos provam o porquê são consideradas os pilares do gênero no qual exercitam sua música.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts