Resenhas

Flamingods – Sun

Sons com forte carga étnica africana e ocidental ganham doses corretas de experimentalismo

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Ano: 2013
Selo: Art Is Hard Records
# Faixas: 13
Estilos: Afrobeat, Experimental
Duração: 42:05
Nota: 4.0

Apesar dos estreantes da Flamingods serem da capital inglesa, o som que eles fazem não se limita a um país apenas e se apresenta como um mistura amplamente étnica. E o acontecimento do encontro de quatro dos cinco membros não podia ser em lugar melhor: o exótico Bahrein. Daí, via-se que o grupo já tinha seu destino traçado para se diferenciarem e seguirem os lados mais diferentes da música. E é essa incrível mistura global que vemos no disco de estreia, Sun.

Carregando um Afrobeat com doses experimentais, Flamingods se mostra muito rico na questão música como um todo ao trabalhar com os mais diversos instrumentos, em sua maioria os percussivos, vindos de vários cantos do mundo, como Tanzânia e Amazônia. Além disso, apresentam diferentes moldes de música – nem estou entrando no fato do uso do Expermental, mas sim nos moldes Orientais e Africanos do conceito de música, e que fogem do que conhecemos por aqui no Ocidente. Diferentes ritmos, instrumentos, compassos e arranjos, ausência de letra e a presença de entonações vocais, se aproximando de vocalismos, sempre muito presentes e que dão uma cara tribal e primitiva encantadora.

Sun pode ser dividido em três partes. A primeira, com as três primeiras faixas, mais experimentais e, até certo ponto psicodélicas, como na que recebe o nome do disco. Logo após vem Cacao, que inicia a transição e vai misturando o experimentalismo com o Afrobeat com o aumento da presença das percussões. E, por final, a partir da oitava faixa, Cimbala, mergulha de vez na música étnica, apresentando cítaras, gongos e um mix de músicas mais ocidentais, como árabes e indianas, a exemplo da ótima Taishōgoto.

Tais partes podem ser notadas visualmente com os nomes das faixas, como Cacao e Papaya indicando a busca da banda em atingir o mais primitivo da música e, trazendo a sonoridade do cerne do ser humano, aquela que nos fazer dançar sem motivo aparante. Já os nomes Cimbala, Taishōgoto e Xipe Totec nos remetem a buscar as essências exóticas das musicalidades “desconhecidas” da metade de lá do globo.

E é nessa mistura cultural e étnica que Flamingods combina seus toques experimentais muito bem dosados, ao ponto de não afetar no objetivo principal da banda, que é o carácter étnico. E, desse modo, estreia grandiosamente, alcançando, literalmente, todo o mundo.

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BOM PARA QUEM OUVE: Warm Weather, Kithkin, Givers
ARTISTA: Flamingods
MARCADORES: Afrobeat, Experimental

Autor:

Marketeiro, baixista, e sempre ouvindo música. Precisa comer toneladas de arroz com feijão para chegar a ser um Thunderbird (mas faz o que pode).