Resenhas

Four Tet – Morning/Evening

Produtor britânico lança álbum em homenagem ao solstício de verão

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Ano: 2015
Selo: Text Records
# Faixas: 2
Estilos: Eletrônica, Eletrônico Experimental, Eletrônico Étnico
Duração: 40:07
Nota: 3.5
Produção: Kieran Hebden

A comemoração do Solstício é um dos rituais mais intricados nos costumes da raça humana. Representando, a grosso modo, um perído de transição, essa homenagem ancestral aos astros faz uso da simbologia do sol para reverenciar a vitória da luz sobre a escuridão. Com Morning/Evening o músico e “mago da música Eletrônica” Four Tet realiza sua homenagem pessoal e simbólica para a transição solar.

Morning/Evening tem apenas duas faixas, a saber, Morning Side e Evening Side, mas que juntas somam quarenta minutos de duração. O propósito dessa opção é simples: representar os dois períodos do dia do solstício de verão (lá no hemisfério norte). Produzido no período entre agosto do ano passado e fevereiro deste ano, o novo álbum segue a mesma linha de trabalho do músico Kieran Hebden: um percussão eletrônica minimalisma, mas intricada que dirige o clima entre diversos samples orgânicos.

Na primeira metade do álbum encontramos uma faceta mais dinâmica e meditativa, à guisa de Locked, de seu álbum de 2012, Pink. “Meditativa”, talvez, no sentido em que induz ao transe e ao envolvimento completo do ouvinte. Com um vocal belíssimo, a faixa se repete com fluidez, de modo que dificilmente percebemos seus vinte minutos de duração.

Já no seu “lado-B”, as coisas correm de um modo um pouco mais truncado. Em primeiro lugar, não faria muito sentido organizar todas as suas variações de clima numa faixa só caso não fosse a predeterminação estética de um “álbum temático”. Desse modo, reconhecemos em Evening Side um lado mais cansativo de Four Tet, assim como pudemos observar em Beautiful Rewind, seu trabalho de 2013.

De qualquer modo, Morning/Evening se garante e Four Tet mostra mais uma vez a que veio. Com sua manipulação digital muito característica cria faixas inconfundíveis e um clima muito particular. Se você não conhece o trabalho do músico, talvez valha mais ater-se aos ótimos Pause ou mesmo Pink. Se já é familiar ao trabalho de Kieran Hebden, ouça já.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte