Resenhas

Fuzz – II

Projeto de Ty Segall retorna com fortes influências de seus ídolos setentistas

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Ano: 2015
Selo: In The Red
# Faixas: 14
Estilos: Proto Metal, Metal, Garage Rock
Duração: 1h07
Nota: 4.0

Se os fãs de Ty Segall começavam a ficar preocupados com o baixo índice de lançamentos do músico neste ano – não era desde de fevereiro que se via um novo exemplar vindo do americano, média muito abaixo do usual, por incrível que pareça – a volta de seu “projeto paralelo” Fuzz chegou encorpado e garante que o intervalo fez valer a espera.

Embora Segall pareça ter economizado, por enquanto, na quantidade de novos discos (esse é só o segundo de 2015? Não eram uns dez por ano?), talvez por conta das turnês em que esteve envolvido, II aparece com quase o dobro de faixas de seu antecessor (a estreia homônima de Fuzz em 2013) e mais de uma hora de material inédito.

E não é só em termos quantitativos que Fuzz parece ter subido um nível. Em II podemos observar um som muito mais agressivo, assertivo e que reacende uma chama vindo do Proto Metal setentista, cheia de influências Black Sabbath, de um modo muito particular e, consequentemente, interessante.

Embora seja difícil chamar qualquer projeto de Segall de “paralelo” (mesmo sua carreira “solo”) graças às interconexões que todas as bandas possuem, a reorganização que Fuzz propõe para Ty Segall, com o músico sentado na bateria ao invés de empunhar a guitarra, acaba trazendo um fator de destaque entre os inúmeros projetos do mesmo. Deixando o caminho livre para Charlie Moothart (guitarra) e Chad Ubovich (baixo) proporem riffs empedrados, Segall assume o papel de um “líder maestro” e organizador da energia do power trio.

Seja na malícia de Rat Race, na homenagem aos mestres (Ozzy Osbourne e companhia) vinda de Pipe ou mesmo na jam evolutiva da faixa-título (de 14 minutos de duração), Fuzz esbanja um espírito livre, energia e despojamento na construção de uma sonoridade que lhes dá prazer. Fatores que, somados, sem dúvida transmitem com sucesso sua vibe para o ouvinte.

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BOM PARA QUEM OUVE: Wand, Ty Segall, Black Sabbath
ARTISTA: Fuzz

Autor:

é músico e escreve sobre arte