O primeiro trabalho de Paul Dixon sobre o nome de Fyfe (ou f y f e se preferir) chega sem grandes novidades em relação ao que o músico já havia apresentado separadamente com os singles que antecedem este pequeno EP. Ainda assim, Solace consegue traduzir muito bem a musicalidade de Dixon nesta primeira fase de sua (nova) carreira e apresenta, de maneira enxuta, suas principais ideias.
Como já dito, não há nenhuma grande novidade – a não ser a pequena introdução para a faixa St. Tropez, intitulada apropriadamente como Introduction, que com pouco mais de um minuto apresenta um pouco do clima do disco e da mistura elétrico/eletrônica vista por toda a obra.
A parte acústica (a voz de Dixon) só se faz presente em seu segundo e melhor single (St. Tropez) que, aí sim, mostra por completo a musicalidade de Fyfe. Paradoxalmente minimalista e grandiosa, ela consegue criar certa sensação “épica” se utilizando de poucos elementos e sabendo os colocar no lugar certo e na hora certa – as partes que precedem o refrão mostram muito bem isso ao introduzir metais e ao aumentar o ritmo das batidas.
Lies mostra mais uma das facetas do músico. Apostando em batidas mais esparsas (com grandes tendências do R&B e Post-Dubstep), a faixa deixa a voz e lírica de Paul tomarem conta e conduzi-la consideravelmente com menos excentricidades que as vistas nas demais faixas do EP – ainda assim mantendo a personalidade do projeto.
Fechando a obra, a canção homônima (e primeiro single) mostra mais um dos ótimos momentos de contraste entre o minimalismo e grandiosidade vistas na música de Dixon. Mais uma vez se apropriando de uma roupagem R&B, ela cresce lentamente se apoiando em batidas parcimoniosas e nas letras Pop e obscuras do músico.
Solace tem mais cara de compilação, do que de um EP em si, exatamente por não trazer novidade alguma para quem já conhecia o trabalho de Fyfe. Mesmo assim, ele pode ser uma ótima porta de entrada para quem ainda não conhece seu trabalho.