Resenhas

Goodbye Chanel – Through Night to Paradise

Produtor inglês acerta a mão em seu EP, mas ainda peca por não trazer nada de realmente novo ao seu primeiro trabalho

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Ano: 2013
Selo: Independente
# Faixas: 6
Estilos: Dream Pop, Indie Tropical
Duração: 22:13
Nota: 3.0
Produção: Richard Brown e Scott Johnson
SoundCloud: /tracks/104400643

Apesar de chegar como uma novidade para muita gente, o inglês Scott Johnson, ou melhor, Goodbye Chanel, já é ativo na cena de seu país desde o ano passado e pouco a pouco veio construído seu caminho até chegar a um importante marco, o primeiro EP. Ao contrário de muitos, o músico investiu em criar novas faixas para figurar em sua obra, ao invés de simplesmente compilar seus singles em um só pacote.

O resultado é um EP hermético e bem interessante, nomeado como Through Night to Paradise. Explorando sonoridades hibridas entre o Dream Pop e algo mais tropical, o produtor passeia por terrenos experimentados por bandas como Youth Lagoon e Crystal Fighters, porém ambientando essas referências em uma atmosférica onírica, que apesar de muito bem construída, peca em alguns pontos pela falta de novidade.

É como se ouvíssemos o resultado de uma colcha de retalhos de muito do que está vigente nos estilos com o qual o músico brinca (todos orientados, nessa veia “tropicalista”, que ficará evidente logo ao você dar o play).

A abertura, com a curtinha Deciduous, lembra um pouco do que os artistas da Chillwave trazem em suas produções hoje em dia, enquanto Liefe se distancia da pegada eletrônica e traz mais cordas e uma guitarra dedilhada carregada de reverb e de um tom praiano. A festeira Kalifornia, se apega mais uma vez a guitarra, mas desta vez com uma pegada mais upbeat que pode lembrar bastante o som de bandas como Trails and Ways ou M83.

Seguindo um clima mais eletrônico, Divine mais vez remete a Chillwave em uma produção cheia de reverberações das primeiras obras de Ernest Greene e seu Washed Out (ainda que esta faixa não seja tão “chill” assim). Abzarokee Springs não foge muito dessa estética colorida e cheia de guitarras agudas, mas infelizmente se estende de mais em cima de uma só ideia e acaba por ficar maçante com seus mais de 5 minutos. Wilde mais uma vez abusa dos sintetizadores, emulando uma típica obra de Dream Pop em uma ambientação extremamente sonhadora (e encantadora).

No geral, o resultado é positivo e estas seis faixas caminham muito bem pelas referências do músico, porém ainda falta um pouco mais de personalidade nelas (por mais que as letras tentem cumprir este papel).

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts