“Espírito aventureiro indomável com muito do Pop e tocado de maneira Punk”. Essa seria a forma perfeita de resumir Go Outside em apenas um tweet. O terceiro álbum do Hot Panda é vasto em influências e sonoridades, o que é bom por não causar a sensação de se ouvir a mesma música por várias vezes em seu decorrer, porém ao mesmo tempo perde-se a sensação de coesão ou unidade, já que cada faixa parte pra uma direção bem diferente da outra.
One in the Head, One in the Chest abre o disco de forma caótica e barulhenta, mostrando o poder da distorção e do Noise, com guitarras típicas do No Age e uma bateria crua e objetiva. A anarquia da primeira faixa é subitamente encerrada e dá espaço a uma mais melódica e calma, Language, que segue um caminho completamente diferente de sua antecessora e se mostra mais expansiva com a presença de metais, o que pode lembrar os primeiros trabalhos do No Doubt. Como vamos notando ao decorrer do álbum, essas mudanças repentinas e quebras no ritmo do disco são constantes.
O mosaico continua apresentando variações: Future Markets tem uma guitarra abafada e uma percussão passivo-agressiva, Littered Coins é uma música acústica que carrega muito da vibe do Superchunk e Maybe Now? cumpre seu papel Pop no disco com uma melodia paravalhona. O álbum segue nessa imprevisibilidade pelas demais faixas, apontando para vários lados e flertando com diversos estilos e temáticas diferentes.
O que se nota mais constante no disco é a vibe Punk e até mesmo uma atitude “faça você mesmo” nas canções. O resultado final é uma colcha de retalhos feita com canções completamente diferentes que não se amarram muito bem. Ao aventurar-se com tanta coisa, a Hot Panda acaba se perdendo, o que se mostra como o grande erro de Go Outside.