Resenhas

jj – Death

Dupla sueca encerra simbolicamente “primeira etapa” de sua carreira

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Ano: 2015
Selo: Sincerely Yours
# Faixas: 5
Estilos: Dream Pop, SynthPop
Duração: 14
Nota: 2.0

Se jj chamou a atenção do público no início de sua carreira com o aspecto inovador, todavia despretensioso, de suas composições, foi a evolução gradativa de sua polidez que resultou em V, o trabalho mais ambicioso e bem acabado da dupla sueca até então.

Se pensarmos na metáfora de uma semente rústica que se desenvolve paulatinamente até atingir o ápice de sua elaboração, faz sentido pensar que esta nova etapa da banda (o declínio que segue imediatamente o ponto mais alto de sua vida) seja intitulada de Death. A morte que dá título ao sexto trabalho de jj talvez não tenha sido pensada propositalmente, mas denuncia uma espécie de encerramento da “primeira etapa” no trabalho do grupo.

jj sempre foi uma banda meio misteriosa e, ao mesmo tempo, despretensiosa. A impressão que se tem de seus trabalhos é de observamos a rotina de duas pessoas enfurnadas num quarto, introvertida, sonolenta, íntima e sofrendo as consequências do uso de drogas. Aqui, essa impressão é elevada ao extremo, o que torna a sonoridade de Death ainda mais ambígua: o álbum fala de morte, mas soa leve. É grandioso, mas arrastado. Tem vocais etéreos, mas que soam desafinados. É pretensioso, mas trata de temas fúteis.

O grupo, apesar da metáfora explicada logo acima, não dá um passo atrás em sua produção. Aqui, podemos a mesma polidez Synth Pop temperada com elementos do Eletrônico Experimental e do Hip Hop. No entanto, Death é um álbum bastante simbólico e traz na sua faixa de encerramento (chamada “um minuto de silênco e que é, literalmente, um minuto de silêncio que fecha o EP) seu sintoma emblemático. jj construiu uma carreira gradativamente crescente até agora, talvez seja hora de reavaliar suas composições para evitar o esgotamento de sua fórmula.

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BOM PARA QUEM OUVE: Iamamiwhoami, Daughter, The xx
ARTISTA: jj
MARCADORES: Dream Pop, Synthpop

Autor:

é músico e escreve sobre arte