Resenhas

jj – V

Amadurecimento musical e exploração de estilos transporta duo sueco a novos patamares

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Ano: 2014
Selo: Secretly Canadian
# Faixas: 12
Estilos: Piano Pop, Eletrônico, Minimal Pop, Dream Pop
Duração: 43:59
Nota: 4.0

Muitas mudanças vem para o bem e, quando são facilmente assimiláveis, fica ainda mais fácil de aceitar tudo. A crueza e as características sonoras que variavam entre o despretensioso e o inovador de jj no início de sua carreira eram as principais alavancas de seu trabalho. O duo seguiu essa estética até meados de 2010. Seu single de 2012, jj nº4, já apontava para a fase de transição mais classuda que reverbera agora no disco V. As influências do Rap e do Hip Hop e de sonoridades urbanas foram deixadas um pouco de canto e o par sueco expira uma ambientação mais pensada e muito mais trabalhada. Envolvidos por uma atmosfera mais mística e romântica, os jovens mostram uma interessante maturidade no som que apresenta do começo ao fim um grande afinidade a instrumentação clássica, acústica e crescente.

Embora o grupo mostre uma faceta ainda mais delicada de suas produções num viés até então novo para seus antigos materiais, a essência de Joakim Benon e Elin Kastlander ainda podem ser encontrados bem no coração do disco, o meio. A música Eletrônica, as batidas futuristas e a distorção de pitch nos vocais ainda reverberam por aqui em faixas como Fågelsången e Full. Embora a dupla imprima uma sonoridade mais adulta e que se assemelha com Daughter, numa pegada mais ousada e como uma irmã mais nova de Imogen Heap, as letras exploram o universo efêmero do jovem, dividindo parte do tempo em romances incompreendidos, rebeldia disfarçada e válvulas de escape em bebida e drogas.

Os singles Dean & Me e All White Everything são tão bons quanto as demais canções que preenchem o registro – eis aí uma das coisas que pode vir a incomodar alguns ouvintes, visto que muitas músicas são parecidas. No entanto, isso facilita ouvi-lo como um bom disco para relaxar num dia em que o estresse está a ponto de te superar ou o frio é muito e você sente falta de algo pra ouvir que combine com o clima e não seja datado. A experiência varia de ouvinte para a ouvinte, mas é muito interessante perceber e comparar a evolução da banda mesmo tanto tempo sem lançar novidades e ainda aventurando-se por estilos novos e fazendo isso de uma maneira muito assertiva, agradável e atualizada.

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Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.