Resenhas

Joan Jett & The Blackhearts – Unvarnished

Veterana lança músicas inéditas ainda dentro do território que domina: o Punk Rock

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Ano: 2013
Selo: Blackheart Records
# Faixas: 10
Estilos: Punk Rock, Rock & Roll
Duração: 33:30
Nota: 2.5
Produção: Joan Jett e Kenny Laguna

No alto de seus 55 anos de idade, após um recesso que data de 2006, a veterana Joan Jett ataca com mais um álbum de seu Rock & Roll “de raiz”, o décimo terceiro ao lado dos seus Blackhearts. Apostando na fórmula aclamada de seu estilo, podemos ouvir em Unvarnished mais exemplos costumeiros de seus vocais roucos, guitarras distorcidas que atacam de riffs em powerchords, viradas de baterias empolgantes e refrões simples em formato de gritos de ordem: enfim, o melhor que uma legítima militante do “Punk não morreu” pode oferecer.

A sonoridade de Unvarnished aposta no Punk Rock, e, embora em alguns momentos recaia num pastiche do gênero – é só observar a guitarra obviamente “inspirada” em um I Wanna Be Sedated clássico, porém óbvio, dos Ramones da faixa Bad as We Can Be – não se prende somente a ele, e transita de um Rock & Roll clássico um pouco mais dançante em Make It Back, até o Glam melódico de Reality Mentality.

As canções embora sejam inéditas, infelizmente parecem estar soando exaustivamente desde o final dos anos 70, quando Joan Jett surgia acompanhada das poderosas companheiras dos Runaways. Não à toa, é justamente na versão Deluxe do álbum, que conta com quatro faixas ao vivo – Bad Reputation, Cherry Bomb, TMI e I Hate Myself for Loving You – que o poder do Punk Rock de Joan Jett se mostra mais poderoso, momento no qual é fácil reconhecer a capacidade de envolver o público que suas apresentações ao vivo têm, e a energia que emana não só de seus clássicos, assim como das novas composições.

Aliás, falando de passado, embora Jett agora fuja ligeiramente da trinca temática dourada de suas composições – os clássicos Sexo, Drogas & Rock n’ Roll -, suas letras agora um pouco mais sentimentais são pouco maduras. Seriam sintomas as canções Fragile, em que canta “I’m still a little girl” e o nome da faixa Hard to Grow Up? Pode ser. Mas também me parece que estas são canções direcionadas propositalmente à maior parcela de seu público alvo, a que mais se identifica com a revolta deste tipo de som: jovens nos arredores da adolescência.

Temos no final do álbum a grande surpresa: Everybody Needs a Hero é uma balada que funciona muito bem e conta com uma produção mais cuidadosa, com arranjos de violoncelo e a presença sutil de um teclado com timbre de cravo. Um elemento surpresa que dá o balanço necessário à toda a agressividade do álbum. Temos em Unvarnished canções que podem parecer um pouco mais do mesmo, embora não seja completamente sincero em seu título: nota-se um certo verniz adquirido com a experiência. Mas temos também Joan Jett & The Blackhearts fazendo o que sabem de melhor e em território seguro: Punk Rock.

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BOM PARA QUEM OUVE: The Runaways, Ramones
MARCADORES: Punk Rock, Rock & Roll

Autor:

é músico e escreve sobre arte