A cada registro de uma banda, alguns podem achar que a tendência é que elas mostrem-se cada vez mais cansadas. Mas em seu quarto álbum, You Can Do Better, Johnny Foreigner traz suas canções próprias mostrando que a banda não necessariamente amadureceu seu trabalho, mas prova ter muito mais energia e fôlego do que antes – mais agora do que nunca.
O quarteto de Birmingham mostra sua capacidade de apresentar um trabalho mais concentrado e denso do que os anteriores, além de muito bem executado e produzido. É um disco que vem cheio de ideias, influências inigualáveis, e uma sonoridade pulsante mesclada a uma energia contagiante.
Shipping é a faixa que abre o disco e mostra com a potência das guitarras e bateria o que está por vir ao longo do registro. Um destaque para a faixa Le Sigh que apresenta um ritmo tão frenético que, assim como a primeira, traz batidas que ajudam a processar tudo a uma velocidade insana. E assim segue por In Capitals, até chegar na quarta faixa, Riff Glitchard, que traz uma sonoridade peculiar e calma, menos explosiva do que as anteriores. É um sinal de que, apesar de trazer um som mais agressivo, a banda ainda possui uma vontade de experimentar novos caminhos.
O resto do álbum continua em ritmo acelerado e também mais parecido com os discos anteriores da banda, porém mais cru, mais compacto e ao mesmo tempo efêmero. O grupo parece ter criado um registro mais oblíquo que exige intenção de desvendar os seus segredos, além de terem também se mostrado mais abertos para a experimentação de seu próprio som, dentro de seu estilo.
Apesar disso, o registro não imprime nada verdadeiramente marcante, chegando a ter faixas por vezes muito parecidas umas com as outras, passando despercebidas se os ouvidos do público não estiverem atentos e afiados. Passa uma sensação de boa produção, porém nada além do esperado dentro das expectativas de um bom disco. Mas não deixa de ser uma audição interessante para os que apreciam o som apresentado, principalmente para quem acompanha o trabalho da banda desde o primeiro disco.
You Can Do Better proporciona uma experiência muito válida para quem está sendo introduzido ao som da banda e já compartilha gostos em comum com a sonoridade apresentada, que traz um entusiasmo que mantém-se relevante e moderno, ao mesmo tempo que segue na linha do padrão de Indie Rock. Ele não tem as mesmas estruturas musicais como os seus três primeiros álbuns, mas ainda tem muito a dizer e um lugar definido em sua própria narrativa.