Resenhas

Just Tell Me That You Want Me: A Tribute To Fleetwood Mac

Mais de 20 artistas prestam suas homenagens os quase 45 anos de carreira da banda de Stevie Knicks

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Ano: 2012
Selo: Hear Music/Concord
# Faixas: 19
Estilos: Blues Rock, Soft Rock, Indie Rock,
Duração: 89:15
Nota: 2.5
Produção: Randall Poster

Está cada vez mais frequente esse tipo de homenagem que bandas novas fazem a artistas que, de alguma forma, foram importantes para elas, seja por uma influência direta ou somente por admiração. E, cada vez mais, tenho percebido que a proposta é muito interessante no papel, mas na prática as músicas regravadas quase nunca saem tão boas quanto às originais, ou essas novas versões acabam perdendo sua essência e ficando descaracterizadas. Nesses casos, mesmo com uma obra muito sólida, como a do Fleetwood Mac, o resultado final pode se tornar desinteressante.

Em Just Tell Me That You Want Me: A Tribute To Fleetwood Mac podemos ouvir algumas boas versões, mas a grande maioria delas é sem sal ou se perdeu completamente durante repaginação. Outro grande problema desta compilação é não saber balancear os letristas que já passaram pela banda – das 19 faixas que compõe o disco, dez foram escritas por Stevie Nicks, três por Peter Green e Lindsey Buckingham ganhou somente duas músicas no repertório.

Há algumas boas surpresas no tributo, como a faixa que o abre: Albatross ganhou boa uma versão de Lee Ranaldo e J Mascis, que recriam juntos o maior sucesso do Fleetwood Mac com um pouco mais ruído e reverberação, mas que mantém o charme da composição original. Dreams rendeu uma ótima reinterpretação feita pelo duo The Kills e a singela, e quase Folk, Landslide é apresentada em uma belíssima releitura pela emocionante voz de Antony Hegarty. Hold Me, feita pela Haim, também se destaca em meio aos covers.

Mas se há boas faixas, há também as ruins e, infelizmente, elas dominam grande parte do disco. Rhiannon e Gold Dust Woman recebem versões preguiçosas feitas por Best Coast e Karen Elson, respectivamente. Tusk, que já não é das canções mais normais do grupo homenageado, ganha uma releitura freak feita pelo The Crystal Ark. E o pior momento do álbum foi guardado para o final: Future Games, feita pelo duo MGMT, consegue arruinar uma boa música em um cover bizarro que perdura por mais de nove minutos.

O disco pode até servir para apresentar o Fleetwood Mac à nova geração e interessar os fãs de cada banda a conhecer mais do homenageado, mas no geral ele não passa de um apanhado de canções que poderiam ser apresentadas ao público apenas em suas originais.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts