Resenhas

Kimbra – Primal Heart

Em seu terceiro álbum, cantora reúne algumas de suas diversas boas qualidades

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Ano: 2018
Selo: Warner Bros. Music
# Faixas: 12
Estilos: Pop, Pop Alternativo, R&B
Duração: 44:34
Nota: 4.0
Produção: Kimbra, John Congleton, Timon Martin, Taylor Graves, Andrew Maury, Matt Friedman, Skrillex, Tony Berg, Ethan Gruska

Entre grandes músicas e pequenas surpresas, Kimbra apresenta Primal Heart, seu terceiro álbum. Seguindo a dinâmica de seus lançamentos anteriores, a obra apresenta uma variedade musical tanto em comparação aos outros dois, quanto dentro de si mesma, enquanto a neozelandesa investe em diversas nuances para sua música Pop, do Indie ao R&B, passando pelo que vem sendo chamado de “minimalismo” dentro do gênero. Sem apelar para grandes hits, o trabalho tem o cuidado de oferecer uma experiência em altos graus de qualidade, variedade e entretenimento.

Com isso, Primal Heart é mais um desses discos que coloca na figura da intérprete sua principal identidade – não se trata de um álbum unido por um ou por um punhado de adjetivos, mas que encontra sua unidade justamente por apresentarem um panorama da artista. Isso acontece também por um fator emocional bastante explorado ao longo da obra. Nela, a voz de Kimbra está sempre em um primeiro plano bastante definido, o que ajuda a denotar o caráter pessoal das canções. Se você escutá-o com bons fones de ouvido, perceberá que essa característica faz com que a presença da cantora seja quase “materializada” assim que se dá o play, o que ajuda também a prestar mais atenção nas letras.

Para além das palavras, a cantora explora diferentes caminhos para como usar sua voz e seu carisma. Se você comparar Top of the World (co-produzida por Skrillex) e Human (ambas faixas lançadas como singles), perceberá melhor o alcance interpretativo que ela escolheu colocar no disco – que conta ainda com a baladona Version of Me e a curtinha Real Life, que encerram a obra em um tom melancólico e introspectivo. Ainda assim, a audição deixa sempre um aspecto positivo, mas sem exageros, no ouvinte.

E saber dosar tudo isso parece ser a melhor qualidade de Kimbra no momento. Como uma artista que tem muito a oferecer, ela entrega pequenas doses de suas melhores qualidades ao longo de faixas bastante diferentes, que culminam em uma segunda metade ainda melhor que a primeira (a sequência Lightyears, Black Sky e Past Love é o ponto mais alto do disco). Sem pose de diva, mas mais talentosa que a maioria das cantoras com essa classificação, fica a certeza de que todo o destaque que ela receber não será desmerecido.

(Primal Heart em uma música: Everybody Knows)

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ARTISTA: Kimbra
MARCADORES: Pop, Pop Alternativo, R&B

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.