Resenhas

Kins – Most Definitely EP

Derradeira obra do grupo mostra o que poderia ter se tornado seu segundo disco

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Ano: 2015
Selo: East City Records
# Faixas: 5
Estilos: Indie Rock, Rock Alternativo
Nota: 3.5
SoundCloud: /tracks/248309731

“Acabou a banda nova mais legal dos tempos recentes”. Foi com reações desse tipo que recebemos aqui na redação do Monkeybuzz a notícia que o quarteto inglês Kins encerraria suas atividades. Foi assim, do nada; do dia para a noite, a banda que lançaria um novo disco em 2016 resolveu separar-se, sem maiores explicações ou mais detalhes aos numerosos fãs que conquistaram com o lançamento de seus mais recentes singles e do EP Cyclical, responsável por chamar a atenção de muita gente no segundo semestre de 2015.

Antes de dar adeus, o grupo resolveu presentear seus ouvintes com os rascunhos do que seria esse tal novo disco. Chamado Most Definitely EP, o compacto é recheado de cinco novas músicas, sendo uma delas o single Charlie, lançado em novembro do ano passado. O EP dá um toque pouco mais Pop (palatável) no que foi mostrado em Cyclical, misturando tendências experimentais de bandas como The Maccabees, Wild Beasts, Alt-J e Adult Jazz com um Rock inglês mais alternativo, algo pode lembrar o Radiohead de Amnesiac ou In Rainbows .

Há boas doses do “novo” Rock Inglês e de um experimentalismo acessível na escolha dos timbres, nas construções melódicas e estruturas das faixas, que oscilam em momentos mais frágeis e hipnóticos (Never Let Me Go) e em outros mais irrequietos e fortes (Most Defenitely). São músicas que geralmente conduzem o ouvinte a passeios sensoriais em sons e texturas não tão comuns assim, mas que, quando juntos, criam um resultado altamente assimilável. Como na abertura, Fist, que une sintetizadores quase fantasmagóricos a uma bateria bem marcada, timbres encorpados do baixo e o falsete doce e cheio de personalidade de Thomas Savage, tudo isso em uma montanha-russa de sensações causada pelas oscilações de passo da faixa.

A tristeza que acompanha o anúncio do fim da banda tem a ver não só com o lançamento de um “álbum incompleto” no formato deste EP (que no geral é formado só por músicas muito boas), mas também pelo motivo de Kins ser um dos grupos mais completos e instigantes que surgiram nos últimos tempos. Dono de uma música desafiadora, mas ao mesmo tempo acessível, o grupo deixa de existir justamente quando começava a despontar e a mostrar sua arte ao mundo. Quando mostrava os desdobramentos de uma nova amálgama de sons quem tem como seus pioneiros nomes como Radiohead, Wild Beasts, Alt-J e Adult Jazz.

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BOM PARA QUEM OUVE: Adult Jazz, Alt-J, Radiohead
ARTISTA: Kins

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts