Resenhas

Lady Lamb The Beekeeper – After

Compositora lança registro que aposta em sua identidade como elemento principal

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Ano: 2015
Selo: Mom + Pop
# Faixas: 12
Estilos: Indie Folk, Folk Rock, Alternative Folk
Nota: 3.5
Produção: Nadim Issa
Itunes: https://itunes.apple.com/us/album/after/id949693655?uo=4

Quando Lady Lamb The Beekeeper nos apresentou seu compilado de faixas no álbum Ripely Pine, entramos em contato com uma realidade bastante jovem, afinal Aly Spaltro (cabeça do projeto) juntou composições escritas desde que tinha 18 anos, idade em que começou a compor. Mostrando uma relação muito íntima com seu mundo, Aly manteve o mesmo ritual durante a produção das faixas deste registro, deixando vários instrumentos ao seu redor e escolhendo aquele que lhe parecesse mais condizente com seu humor. Desta experiência, produziu-se um registro curioso e interessante sobre uma visão bem singular de novas formas de expressão Folk. Entrentanto, Aly não é mais uma jovem e as coisas de fato mudaram em seu novo disco, After.

Nesta nova empreitada temos um amadurecimento visível que nos mostra claramente que, embora tenhamos abordagens mais distintas do que Ripely Pine, Aly ainda é a mesma garota de 7 anos atrás. Estes anos de experiência e amadurecimento serviram para dar à compositora uma visão mais clara do que ela desejava alcançar, antes mesmo de entrar em estúdio. Mas de qualquer forma, encaramos as doze faixas aqui como apenas uma nova perspectiva da mesma pessoa. Uma espécie de nova fotografia, com novas cores, uma câmera melhor e novos ângulos de uma personalidade que já nos mostrou ter um talento ímpar para buscar alternativas inteligentes ao Folk padrão.

A nova perspectiva é marcada pela presença de instrumentos e uma dinâmica mais agressivas, sem deixar de lado a característica mais suave de Aly. Com alguns trompetes acrescentados ao seus doces e surreais microcosmos, a compositora não tem como intuito mudar sua sonoridade para algo completamente inovador, mas apenas transmitir sua realidade a partir de um gênero que é extremamente familiar. A faixa Spat Out Split mistura agressividade e suavidade, já Atlas mostra um aspecto mais confessional da compositora mais próximo da realidade do primeiro disco. Vera Cava se inicia como um Folk padrão que engana o ouvinte induzindo-o a pensar que se trata de um disco entediante, porém alguns segundos depois de seu início já se explodem os vocais raivosos.

Em seu segundo disco de estúdio, Lady Lamb The Beekeeper se afirma como uma artista madura e segura da maneira como transmite suas experiências e sentidos. Como dito antes, não se trata de julgar este disco melhor ou pior que Ripely Pine, mas encará-lo como dois momentos distintos de uma pessoa, que ora se reinventa, ora permanece em sua zona de conforto (o que neste caso não é algo ruim).

Uma experência nova e, ao mesmo tempo, velha conhecida.

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Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique