Resenhas

Laura Veirs -Warp and Weft

Artista lança mais um álbum de seu Folk tranquilo, desta vez com a sensibilidade à flor da pele

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Ano: 2013
Selo: Bella Union
# Faixas: 12
Estilos: Folk, Singer-Songwriter, Indie Rock
Duração: 42:37
Nota: 4.0
Produção: Tucker Martine
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fwarp-weft%2Fid670448

Oito anos depois de seu bem cotado Years of Meteors, Laura Veirs, que já vem produzindo constantemente desde 1999, nos apresenta seu novo Warp and Weft.

Recheado em sua maioria de temas que rodeiam a gratidão, a alegria e a esperança em suas canções ensolaradas de timbres macios – como a excelente, sem dúvida uma das melhores do disco, Sun Song -, o álbum também equilibra suas energias nas forças opostas (embora nunca fique musicalmente sombrio), com maturidade e respeito ao lado mais obscuro da vida, como nas referências pós-Hiroshima de Sadako Folding Cranes, e nas crianças órfãs de Dorothy on the Island.

Todos os temas – alguns particularmente fáceis de notar, como o da última canção que citei – afloram do período particularmente sensível de Veirs. A artista gravou o álbum durante o oitavo mês de sua gravidez, e assim, não à toa, temos toda a aura pacífica e tranquila que o mesmo irradia.

Recém-saída da produção de um disco voltado para o público infantil, é natural que ainda restem algumas influências desse universo no disco novo, em suas músicas narrativas que contam histórias simples. Todavia, isto nunca chega a atrapalhar a qualidade do mesmo, afinal, sempre é um risco produzir uma obra sob este cenário, podendo recair numa temática boba e por vezes ingênua. Não é o caso.

Laura Veirs conta com uma grande diversidade de músicos convidados para a gravação do mesmo, e, por isso, o álbum naturalmente fica com um aspecto heterogêneo. Com músicas que vão do puro Folk interiorano de Ten Bridges,passando por um quase Pop Rock simplista em That Alice, chegando até sua atmosférica e jazzística White Cherry, a excelente canção de encerramento.

Para os mais curiosos, um mini-documentário foi lançado (veja aqui) sobre o processo de gravação do álbum. Também já tivemos o lançamento do clipe relativo ao primeiro single, todos bastante simples e com cara de produção caseira.

Em sua simplicidade cativante, Warp and Weft é uma ode à beleza da vida, à celebração de seu lado mais brilhante, da beleza do nascimento aos momentos idílicos do passeio no campo, mas também um olhar respeitoso ao seu lado mais duro, diante da morte e suas repercussões, mesmo que sempre ensolarado.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte