As junções de palavras que geraram os nomes da banda e do disco revelam algumas de suas intenções: Em Faunamáquina, Lavalenta procura unir conceitos que conhecemos para formar algo novo.
Ao longo do álbum, faixas e interlúdios dividem espaço entre a música e a não-música (gravações como a da chuva que inicia a obra) para construir um formato narrativo. Se tanto as histórias quanto a música encontram seu suporte no tempo que as desenrola, a banda promove aqui um senso de deslocamento causado pelo encurtamento de duas distâncias – no caso, as grandes inspirações aqui -: O Jazz e o folclórico.
Dessa nova adição, vem os tratamentos de timbre e de ritmo de faixas como Baleia e Gambá, que ganham destaque dentro da obra pelos interlúdios que as cercam. Com um caráter experimental, o álbum vê sua musicalidade se revelar aos poucos ao longo de seus elementos até, por fim, tomar todo o primeiro plano sonoro.
Como todos os trabalhos que circundam essas classificações, Faunamáquina é um disco que pede um envolvimento batante ativo do ouvinte, que, por sua vez, precisa estar disposto a atravessar suas propositais excentricidades para levar consigo o prazer e a admiração do contato com a proposta artística de conexão entre todos esses elementos.
Vale mencionar também que quem se aventurar pela obra de Lavalenta encontrará também a pequena Tatu ali no meio. Uma faixa emocional, simpática e bastante diferente das outras no registro, é ela que – ironicamente – revela o maior potencial da banda em meio à enxurrada de inspirações que alagam o disco.
(Faunamáquina em uma música: Faunamáquina)